Formação da Personalidade Sexual
Amigos,
Antes de começar eu preciso deixar bem
claro que nossa conversa é sobre a parte científica, dentro da área biológica
do ser humano, nada tendo a ver com as polêmicas que estão surgindo sobre
identidade de gênero.
Mas vamos rever o que dizem essas
polêmicas:
-
Por um lado, os religiosos radicais,
insistindo que menino nasce menino e menina nasce menina e que opção sexual
diferente disso é fruto do pecado, etc., etc.
- Por outro lado os simpatizantes dos
movimentos LGBT, que insistem que todos nascem neutros e só mais tarde
definirão sua identidade de gênero.
Na realidade, nossa análise mostra que
nenhum dos dois lados defendidos por esses extremistas está correto.
Ambos estão errados!
Nossos objetivos nesse estudo são:
1º) Deixar claro como ocorre a definição
sexual, o orientação sexual e a opção sexual, que são três coisas muito
distintas.
2º) Alertar aos pais e professores sobre a
necessidade de todos terem esse entendimento, para evitar que seus filhos ou
alunos sejam levados a uma realidade de vida infeliz ou com sérios problemas
neuróticos.
Então, vamos a esse entendimento:
Quando ocorre a fecundação já surge, no
feto, parte da programação da sua personalidade.
Essas características da personalidade são
trazidas, tanto por características de seus genes, como de seus memes.
Esses memes, que são responsáveis pela
parte da nossa herança cultural, são bem explicados pelos estudos do biólogo
Richard Dawkins, em sua obra: O Gene Egoísta.
Essa parte talvez venha a ser identificada,
mais tarde, como o seu caráter, ou até, conforme nos mostra o estudo da
psicanálise, o “SELF”.
Essa programação inicial é fruto do par de
cromossomos recebidos durante a fecundação, o par XX ou o par XY.
Os estudos biológicos mostram que, se os
cromossomos forem XX, nascerá uma menina, e se forem XY nascerá um menino.
Mas como é isso?
Sendo par XX, será gerado um menino, com
cérebro 100% masculino e opção heterossexual?
Sendo par XY, será gerada uma menina, com
cérebro 100% feminino e opção heterossexual?
Nada disso. Essa é apenas uma das
possibilidades científicas, a mais comum, decorrente dessa união desses
cromossomos.
Vamos analisar por partes, com base em uma
série de pesquisas realizadas por diferentes universidades, sendo a mais
completa a da Universidade de Oxford, dirigida pela neuropsicóloga Dra. Anne
Moir.
1ª fase: DEFINIÇÃO SEXUAL
Vamos entender definição sexual como a
parte da estrutura física masculina ou feminina.
Voltando ao par de cromossomos da
fecundação, havendo o cromossomo Y, há nele o gene que produz o que a ciência
chama de “Fator Determinante Testicular”.
Esse fator é detectado pela Hipófise,
também chamada de glândula Pituitária, no cérebro da mãe.
Essa glândula, então, estimulada pela
detecção desse fator, secreta um hormônio chamado de Hormônio Luteinizante.
Esse hormônio, por sua vez, vai estimular a
produção de testosterona no ovário.
A presença da testosterona, junto com
outros fatores, vai fazer com que as gônadas, cuja evolução natural seria para
a forma de ovários, evolua, não para ovários, mas sim para testículos.
É bom lembrar agora, nesse ponto, para
possibilitar uma série de discussões futuras, que, se nada ocorresse de
diferente, a evolução natural do feto seria sempre para nascer uma menina.
Como houve a presença desse fator, foi
iniciada, assim, a construção biológica do menino, a estrutura física
masculina, embora a maioria das suas características de gênero só venham a
surgir no período da puberdade.
Se, por outro lado, o par de cromossomos
for XX, não deverá haver o gene que produz o Fator Determinante Testicular,
logo, não haverá testosterona no útero materno, e assim haverá a evolução
natural de suas gônadas para a formação dos ovários.
Dessa forma fica determinada a construção
da estrutura física feminina, que já é a evolução natural do feto, conforme
dissemos antes.
Essa fase da formação vamos chamar de
DEFINIÇÃO SEXUAL.
Está definida a estrutura física do menino
ou da menina.
2ª fase: ORIENTAÇÃO SEXUAL
Vamos entender essa fase como sendo a do desenvolvimento
das características femininas do cérebro ou, no caso da alteração provocada
pela testosterona no útero materno, o desenvolvimento das características
masculinas desse cérebro.
Essa fase ocorre entre o final do primeiro
mês, até o final do segundo após a fecundação.
O desenvolvimento dessas características
ocorrerá em todas as redes neurais que processarão as informações recebidas
pelos elementos sensores.
Isso significa que cérebros masculinos
processam e entendem os sinais externos de forma diferente da que é feita pelos
cérebros femininos.
Essas diferenças são notadas, por exemplo,
no raciocínio associativo da menina e no raciocínio lógico do menino.
Os professores mais experientes detectam
isso rapidamente.
Em outro momento comentaremos sobre essas
diferenças.
A diferença que nos interessa hoje é a da
atração e da repulsa, tanto afetiva, como física e sexual.
Até os onze anos de idade, antes da
puberdade, o cérebro das crianças está programado para sentir repulsa às
características do gênero oposto e sentir atração afetiva (fraternal) pelas
características de seu próprio gênero.
Essa fase é a do desenvolvimento das
características de seu gênero, fazendo com que as brincadeiras sejam só de
meninos ou só de meninas.
A partir da puberdade, embora a atração
afetiva pelo mesmo gênero não seja eliminada (caso contrário não haveriam
amizades do mesmo gênero), surge outro tipo de atração, já programada desde o
útero materno, que é a atração física e sexual.
O objetivo dessa atração é claramente a manutenção
da espécie por meio da reprodução.
Essa atração inverte os objetos, já que
cada cérebro desenvolve atração pelas características que, predominantemente,
estarão no gênero oposto ao seu.
Nos outros animais essas características da
atração são mais simples. Há os que são movidos pelas cores, os que são
estimulados pelo cheiro, os que são atraídos pela luminosidade e outras
características bem definidas.
E a maioria dessas espécies provoca o sexo
oposto exatamente no momento em que estão no período fértil, sempre visando
procriação.
Quando, entretanto, observamos o ser
humano, vemos que há toda uma complexidade determinada por uma programação
cerebral específica.
Por isso pessoas consideradas atraentes por
umas não despertam qualquer interesse em outras.
Mas todo menino tem cérebro masculino e
toda menina tem cérebro feminino?
Não!
Entre aqueles 30 a 60 dias após a
fecundação, se os níveis de liberação da testosterona, junto com outros
fatores, continuarem os mesmos dos primeiros 30 dias, o menino desenvolverá
características masculinas em seu cérebro e a menina desenvolverá
características cerebrais femininas.
Caso isso seja alterado, ou seja, redução
da testosterona, no caso do menino, ou geração de testosterona, no caso da
menina, o cérebro do menino poderá desenvolver características femininas e o da
menina poderá desenvolver características masculinas.
Essas características são as que definirão
se a orientação sexual será igual ou não à sua identidade sexual.
Isso significa que esse momento é o que vai
definir por qual gênero essa criança, ao se tornar adolescente, sentirá atração
física e sexual.
Se a atração for pelo gênero oposto, ela
poderá vir a ter atração predominante heterossexual.
Se for pelo mesmo gênero a sua atração
predominante será homossexual.
Se for indiferente, ela poderá ser
considerada bissexual.
3ª fase: OPÇÃO SEXUAL
Opção sexual deve ser entendida como a
interferência inteligente, de cada pessoa, na forma de interpretar seus sentimentos
sexuais.
Lembro que a pessoa não opta por sentir
esse ou aquele tipo de atração. A atração é biológica.
O tipo de atração, como dissemos antes, é
independente da vontade consciente do sujeito. A opção é pelas atitudes a tomar
em relação à atração que sente.
A opção está ligada ao raciocínio humano, à
inteligência, e ao seu equilíbrio emocional.
A pessoa vai se utilizar de todo o
conhecimento adquirido e levará em consideração a conveniência pessoal,
cultural ou social de dar vazão, ou não, a essa atração sentida.
O sujeito, após uma análise de seus
sentimentos e emoções, escolhe se assume seus impulsos ou se tenta desviar essa
energia para outro tipo de objeto.
A pessoa poderá, também, assumir uma forma
simbólica de exteriorizar esse sentimento caso venha a considerá-lo
inconveniente, moralmente incorreto ou impossível.
Essa forma compensatória, que se chama
sublimação, tenta substituir o objeto e a força de atração por alguma coisa que
satisfaça o seu ego.
Se a opção for assumir o comportamento
oposto ao que determina sua orientação, a pessoa estará “de bem” com a
aceitação social, mas poderá criar uma neurose, prejudicando a sua felicidade.
Se a opção, entretanto, for a de assumir o
impulso correspondente à orientação sexual, poderá também criar uma neurose,
mas essa será proveniente da não aceitação social de sua opção.
De qualquer forma haverá sempre o perigo de
uma neurose toda vez que um sujeito descobre que seus sentimentos e emoções,
principalmente na área da orientação sexual, estiverem diferentes do padrão
aceito pela cultura local.
Por mais que o discurso popular seja de
aceitação da homossexualidade ou da bissexualidade, a realidade é diferente e
as discriminações são bastante claras.
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