Bom dia, amigos, hoje é terça-feira, dia 12 de novembro de 2019.
Dentro da série MISTÉRIOS DA MENTE HUMANA”, nós vamos começar com uma pergunta
selecionada por Wellingthon:
Bom dia, gente!
A pergunta que eu selecionei foi de Jorge, do Pará, e é a
seguinte:
Professor Roberto:
“Você disse, uma vez, numa palestra aqui, que nós somos
programados, desde o nascimento. Como é isso? É como no filme MATRIX?”
É um pouco diferente, mas tem muita semelhança sim. Tanto
com um computador, como com o filme MATRIX!
Mas são duas comparações diferentes.
Vamos ver a do COMPUTADOR e depois a do MATRIX:
Na comparação com o computador, uma das grandes diferenças
está no aspecto hardware e software.
No computador a programação é o software. Ele (o software) é
que vai se alterando, de acordo com os programadores.
Já o hardware não muda. É a estrutura física. É o mesmo
desde que vem da fábrica, a menos que mudemos peças.
No ser humano o software seria a programação das nossas
memórias, dos nossos comportamentos, do nosso raciocínio, da nossa inteligência
e do nosso caráter, por exemplo.
O que você imagina que é o nosso hardware?
O corpo humano, claro!
Exato.
Nosso hardware é a estrutura de nosso corpo.
Só que, diferentemente do computador, ele também tem uma
programação, desde o primeiro dia da fecundação, para ir se desenvolvendo aos
poucos.
Na realidade nem é uma programação só. São muitas em
conjunto!
Uma delas é a biológica, que vem nos genes, em cada DNA, nos
cromossomos.
Essa programação determina as características da espécie
humana.
A outra é a genética, que também está nos genes, e que traz
as alterações, nas características biológicas, ocorridas na nossa linhagem
familiar.
Essa seria a que traz doenças hereditárias, por exemplo?
Sim. É ela mesma, e que antes era considerado uma
determinação impossível de ser mudada, mas que hoje, com as edições genéticas,
já podemos interferir.
Edição genética é aquilo que aquele cientista chinês fez e
foi preso?
Exatamente. Foi o He Jiankui. Ele editou os genes de dois
gêmeos, que nasceram imunes à AIDS. Foi preso porque, fazer experiência com ser
humano, precisa, antes, de todo um estudo para aprovação científica.
Você disse, em uma aula ou palestra em que eu estava, que a
prisão dele foi um erro da comunidade científica ocidental! Não me lembro
exatamente porque você disse isso.
Não exatamente um erro, mas um grande vacilo, porque em vez
de criarem um grupo de fiscalização internacional, talvez pela UNESCO, para que
a técnica desenvolvida por ele pudesse ser analisada em detalhes, mas com
controle, abriram caminho para a China prendê-lo!
Só que China prendeu He Jiankui dentro de seu próprio
laboratório e o deixou incomunicável.
Dessa forma só a China tem acesso, agora, a essa técnica de
edição desenvolvida por ele, que é uma alteração da tesoura Crispr-Cas9 e, pelo
que parece, muito mais eficaz.
Certo, mas nós estávamos na programação humana, comparada
com o computador
Sim... voltando às programações, temos a emocional.
Essa se deve à vivência afetiva e psicológica que, pelos
estudos psicossomáticos, sabemos que interferem em todo o nosso organismo,
estabilizando-o ou desestabilizando-o.
E estando desestabilizada ela interfere diretamente no
sistema límbico, prejudicando também o equilíbrio orgânico, a geração dos
neurotransmissores e diversos hormônios, podendo trazer consequências tanto na
psiquê, como no próprio organismo.
Essa programação afetiva e psicológica pode sofrer
interferência forte de uma outra programação, que é a comportamental e
cultural, que Richard Dawkins chamou de “memes”.
MEMES? Isso tem a ver com o que a gente usa para
caracterizar uma situação engraçada, uma gafe de alguém, ou coisa assim?
Ambos os MEMES têm a mesma origem. Foi um conceito criado
por Richard Dawkins, que ele aliás trouxe desde Aristóteles, e que ele explica
na obra; “O GENE EGOÍSTA”, que eu recomendo que todos os estudantes de biologia
e psicologia leiam.
Para você, Wellingthon, que deve fazer BIOLOGIA, essa obra é
fundamental.
Não sei ainda qual curso vou fazer
Certo. Tem tempo ainda.
Não sabemos onde os MEMES são arquivados, mas tudo indica
que é no DNA, da mesma forma que os GENES.
Esses MEMES são a programação comportamental, porque traz o
registro da vivência de nossos pais e avós.
Podem estar arquivados na parte do DNA que ainda chamamos de
“DNA lixo”... Não sei se alguém já conseguiu essa identificação.
Esse DNA LIXO não é o que você disse em uma palestra que
parece ter uma memória infinita?
Sim. É ele. Mas não sabemos ainda nem se esse MEME existe
organicamente!
Essa memória infinita que você lembrou foi a que Roger Tsien
descobriu como possibilidade de existência.
Em 1975 eu já havia recebido uma informação desse tipo, nas
conversas que tive na Austrália, com um Xamã Aborígene, e que estará relatada
em detalhes no próximo livro.
Ele, Roger Tsien, identificou a possibilidade de cada grama
do nosso DNA arquivar 1000 terabites de memória... Isso seria uma memória
infinita, é claro!
Mas vamos a comparação com o filme MATRIX?
Sim! Essa me interessa muito!
Essa comparação surgiu agora, esse ano, quando os cientistas
de Lausanne, na Suíça, descobriram que as nossas redes neurais trabalham em até
11 dimensões, dentro de nosso cérebro!
A descoberta foi por acaso.
Eles e outros cientistas de outras instituições, pelo mundo
afora, tentam reproduzir, em um computador, o cérebro humano, para facilitar
diversos estudos.
O Laboratório de Neurociência de Kioto, no Japão, é um
deles.
Mas com essa descoberta das 11 dimensões, essa tentativa vai
ficar muito mais difícil, principalmente porque não estamos preparados, ainda,
sequer para entender algo além das nossas três dimensões.
Ainda é um grande mistério para nós.
Mas isso mostra a importância do nosso cérebro, embora ainda
mais incompreensível, e com uma potencialidade muito acima do que nós
poderíamos imaginar.
Nesse ponto é que, num encontro que tivemos há umas semanas,
levantei uma dúvida que deixou todos parados e refletindo:
Esse cérebro com essa imensa potencialidade, trabalhando em
dimensões que nossa inteligência ainda não alcança, está mesmo dentro de nossa
cabeça?
Ou será que nós, seres humanos, é que estaríamos dentro
dele?
Isso nos leva exatamente a MATRIX.
Quem assistiu ao filme sabe do que estou falando.
Para quem ainda não teve esse privilégio, recomendo que
façam.
Por hoje ficamos por aqui.
Forte abraço!
Mandem suas dúvidas, seus questionamentos e até sugestões
para nós, pelos endereços que estão aí no vídeo.
Todas serão respondidas em breve.
Tchau, tchau!
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