terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Podemos atrasar a evolução do Mal de Alzheimer?



Podemos atrasar a evolução do Alzheimer?

São muitos os caminhos que a ciência está buscando para entender, retardar a evolução e curar o Mal de Alzheimer.

Não vamos nos alongar nessas pesquisas, no dia de hoje. Essa parte fica para outra postagem.

Nossa conversa, hoje, é para alguns amigos que precisam entender seus familiares, que começam a dar sinais de um esquecimento muito sério, com todos os sintomas do Mal de Alzheimer.

Na nossa série “Mistérios da Mente Humana” temos mostrado como o cérebro funciona e como ele, sozinho, tenta consertar todos os nossos defeitos.

Sim! Isso não é bruxaria! Isso é entendimento científico mesmo, de algumas funções importantíssimas do nosso sistema límbico, que fica localizado bem no centro de nosso cérebro encefálico, ou craniano.

Lembro, mais uma vez, que eu costumo identificar esse cérebro de encefálico ou craniano, porque muito em breve teremos, em todos os livros de biologia, as descrições dos nossos três cérebros: o encefálico (o conhecido há anos); o entérico (o do intestino, chamado por uns de segundo cérebro); e o cardíaco (o do coração, ainda desconhecido da maioria dos profissionais de saúde e de biologia).

Entender que o sistema límbico trabalha para nos consertar, o tempo todo, é fundamental para quem precisa dessa interferência, mas precisamos saber como ele realiza esse trabalho e, como ele pode ser estimulado a isso.

O trabalho dele está relacionado com a autoestima elevada, quando o sistema nervoso está equilibrado e, portanto, quando o cérebro entérico (o do intestino) está gerando toda a serotonina e dopamina que, por sua vez, alimentam, de volta, a autoestima.

Ou seja, é um trabalho cíclico de realimentação estimulante, que permite a identificação dos nossos males e a interferência para a redução dos sintomas e até (quem sabe?) sua cura.

Vários cientistas trabalham na identificação desse processo, o que tem sido tema de algumas de nossas postagens e será de mais outras no decorrer de 2020.

Precisamos, então, apenas elevar a autoestima desses nossos parentes em situação de tristeza pelo esquecimento, para que seu organismo reaja e ele se sinta, novamente, feliz.

Como fazer isso?

Inicialmente informe a todos os familiares e amigos para jamais testarem a memória dele! Não permita, jamais, que alguém diga coisas como: “Lembra quem eu sou?” “Lembra meu nome?”

Essa atitude é a pior de todas, porque mostra, à pessoa, que ela está péssima, mesmo que a doença ainda não esteja em estado tão avançado, e acaba acelerando a evolução do mal.

Exija que só se aproximem da pessoa para conversarem da mesma forma que faziam antes, mas de forma mais pausada, mais explicada, com voz baixa, olhado fixamente em seus olhos.

Sempre que perceber que a pessoa não o está reconhecendo, se apresentar com alegria e satisfação, mas em chamar a atenção para essa apresentação.

Outra atitude imprescindível é criar estratégias, na conversa, para mostrar que está precisando de opinião dela em alguma coisa, para demonstrar que ela é uma pessoa útil a todos e importante para a família.

O sentimento de ainda ser útil a alguém é um dos mais importantes para manter a autoestima elevada e atrasar toda a evolução da doença.

Avise a todos que não deve haver conversa paralela no ambiente em que a pessoa estiver, para evitara que ela se sinta desprezada ou isolada.

As conversas devem estar direcionadas a ela, sem exageros, é claro.

Isso deve ser ensinado também às crianças e aos adolescentes da família, já que a “conversa” da pessoa enferma com esses mais jovens é a que mais estimula os seus cérebros, principalmente, nesses casos, o cérebro cardíaco, que é o que representa a identidade emocional e psíquica do ser humano, como veremos no meu próximo livro, a ser lançado no final de 2020.

Leiam a reflexão “Angústia e a reconstrução da vida” em meu livro “O Menino dos Jornais”, e apliquem com vocês mesmos e com seus enfermos.

Vou deixar na descrição do vídeo, aqui em nosso canal no youtube, o LINK para adquirir esse livro.
O Menino dos Jornais e outros contos:
https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1322044759-o-menino-dos-jornais-e-outros-contos-_JM?

Aproveito para lembrar aos que não são inscritos, para se inscreverem e ativarem o sininho.

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Forte abraço e sejam muito felizes sempre!

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Velhos burros ou jovens arrogantes



Velhos burros ou jovens arrogantes?

Me chamou a atenção uma pergunta de uma jovem jornalista a um grupo de filósofos sobre a seguinte questão:

“Como posso perdoar meu pai, já idoso, por ele ter opinião política oposta à minha?”

Lembrei que esse fato tem sido constante, nos últimos tempos, em encontros familiares, quando os mais jovens se acham tão bem estruturados em seus conhecimentos de vida e de mundo, que não admitem uma opinião contrária à sua.

É comum eles contestarem todas as opiniões contrárias às suas, e mais ainda as dos mais velhos, muitas vezes sem sequer tentarem entender as razões de seu raciocínio, como se os anos de vivência tivessem bloqueado suas mentes, emburrecendo-os definitivamente.

Já tive a oportunidade de receber, em um comentário em um dos vídeos, aqui mesmo em meu canal, de um jovem psicólogo recém-formado, uma mensagem assim: “Seu velho! Vá estudar! O mundo mudou! Deixa de ser retrógrado!”

Bem...

Esse tipo de sentimento, tentando demonstrar superioridade intelectual, sempre existiu, principalmente em pessoas recém-formadas nos mais diversos cursos superiores, mas parece ter aumentado muito nos últimos anos.

Lembro que, há uns vinte ou trinta anos, em reuniões que promovíamos, em nosso antigo instituto de filosofia e teologia no bairro do Rio Vermelho, em Salvador, ficávamos, todos, sedentos para ouvir nossos antigos mestres, já idosos, alguns deles até com dificuldade para falar.

Tentávamos extrair o máximo possível de seu conhecimento, que esvaia de cada uma de suas palavras.

Suas opiniões eram analisadas e refletidas por todos nós, com um respeito total pelo conhecimento adquirido por eles, exatamente porque as suas premissas eram muito mais ricas que as nossas, provenientes de anos e anos de vivência e observação de mundo.

Aprendíamos todos a cada encontro e enriquecíamos nosso cabedal de conhecimento, incorporando vivências que estavam sendo doadas para nós pelas frases elaboradas por aqueles que chamávamos de sábios, simplesmente por terem muito mais vivência que nós.

Hoje parece que houve uma inversão na inteligência! Os certificados de conclusão de cursos, os diplomas e os títulos estão servindo como um pedestal de autoridade máxima no assunto, como se aquela formação tenha garantido o domínio de todas as fronteiras do conhecimento, tornando esses jovens formados, os verdadeiros sábios, donos de toda a verdade universal.

Se foi uma inversão real na formação da inteligência humana, tenho uma solução a propor:

A solução ideal, a ser dada por mim, para esses jovens contestadores do “saber pela vivência”, seria a de eles não envelhecerem, para evitar que a sua própria vivência, que será natural que ocorra a cada dia, a mais, que estiverem nessa vida, lhes tragam o mesmo emburrecimento de seus pais, avós e antigos mestres, o que seria terrivelmente deprimente para mentes tão inteligentes.

Assim evitarão que, um dia, seus filhos sejam obrigados a também quererem lhes perdoar, pelas suas opiniões contrárias às deles, demonstrando que, com o tempo de vivência, estabeleceu-se uma burrice coletiva em todos eles, já, então, idosos como os de hoje.

Mas se é apenas uma formação de mentalidade totalmente equivocada, precisamos encontrar as causas e consertar na origem.

De quem será a culpa? Do sistema educacional no seu nível superior? Na sociedade como um todo? Das famílias na educação doméstica? Da falha no ensino da humildade em todos esses setores, como valor humano imprescindível?

Acredito que falta exatamente o valor humildade!

Falta o ensino daquilo que eu aprendi com o nome de “escuta ativa”, que significa escutar, de verdade, todo o sentido e todos os conceitos das frases que nosso interlocutor está nos dizendo, sem interrompê-lo por pensarmos de forma diferente ou contrária.

E isso precisa ser ensinado em todos os estágios da educação, principalmente nas academias superiores.

E fiquei muito satisfeito quando Chenelle Bonavito Martinez, um dos cientistas da Academia de Ciências de Nova York, fez questão de enfatizar, em sua fala, sobre o verdadeiro cientista que precisamos ter hoje, que é o cientista empreendedor: aquele que sabe que seu conhecimento só será útil quando ele se associar ao conhecimento dos outros; quando se permitir questionar suas próprias conclusões; quando desenvolver a capacidade de observar os fenômenos à sua volta e, principalmente os comportamentais; quando ele se permitir experimentar as ideias dos colegas e; quando se convencer de que devemos, todos, nos  estabelecer em redes de conhecimento, para que possamos, realmente, ser úteis a nós mesmos, à nossa família e à nossa sociedade.

Assino cada palavra de Martinez, nosso colega na Academia de Ciências de Nova York, e espero que possamos compartilhar essas máximas com todos os nossos colegas, com todos os nossos amigos e com nossos filhos e alunos.

Antes de terminar lembro a todos para se inscreverem em nosso canal e ativem o sininho da comunicação.

Deem seu like e compartilhem com seus amigos e com seus grupos nas redes sociais.

Precisamos de mais gente conosco, na transformação social pela educação.

Recebam todos um forte abraço

Como criar um filho sem as tradicionais "revoltas adolescentes?"

domingo, 29 de dezembro de 2019

Não tenha medo de dizer não


Ensaio – 29/12/2019 – A demonização do não e a subserviência à vontade do filho

Ontem me deparei com um comentário bastante interessante, em minha escola, entre a coordenadora e a diretora, sobre a decisão de uma mãe de transferir o filho para uma escola pública, pelo simples fato de que “o filho quer” e pronto!

Também ontem li uma apologia ao “não”, muito bem escrita, por sinal, mas demonizando o advérbio, como se ele fosse a causa de todos os problemas do mundo, incluindo os crimes.

Segundo o texto, se tudo fosse permitido, não haveria necessidade de leis, e não haveria criminosos.

As duas informações se complementam e seus resultados são fáceis de serem observados em nossos dias, já que, embora ainda existam leis e nem tudo seja oficialmente permitido, a sociedade está a cada dia mais permissiva, logo, o comportamento social atual já pode servir como análise de como seria a permissividade total.

No caso do “não” é fácil observar, já que grande parte das famílias já não usam esse advérbio na educação doméstica, permitindo que o filho, desde cedo, assuma o controle total de suas vontades, ficando seus pais subservientes a ele.

Logo, basta analisarmos o comportamento social atual para vermos como será a sociedade, quando essas permissividades se transformarem em regra geral.

O melhor ambiente para se observar tais resultados é a escola, já que nela está representada uma amostra da sociedade local.

Não vou comentar, hoje, sobre os adolescentes que se consideram mais importantes que seus pais e que contestam suas decisões, achando que já são maduros o suficiente para tomarem suas próprias decisões na vida.

Vou enfocar os que recebem “não” em casa e que, nem por isso, se chateiam. Apenas cumprem. Os que esperam os pais dizerem em que mesa devem se sentar no restaurante em vez de eles mesmo decidirem. Os que perguntam aos pais se podem ou não ir a uma festa, ou à casa de um amigo e respeitam a decisão dos seus pais. Os que respeitam as ordens de desligar o celular na hora das refeições e antes de ir para o quarto. Os que sabem que quem escolhe a escola que ele vai estudar é seu pai, já que é o pai quem pode analisar se a escola vai ser produtiva ou não para a sua aprendizagem e a preparação de seu futuro.

Quando observamos esses adolescentes, vemos que esses são os que se apresentam sempre felizes, produtivos, empolgados com o aprendizado, desenvolvendo a criatividade, inventividade e descoberta.

Esses não se preocupam com “querer algo diferente”, porque foram acostumados, em casa, que o diferente será construído com seu esforço pessoal, a partir de uma preparação intelectual, emocional e de caráter que, começou em casa e se complementa na escola.

Esses, por enquanto, se divertem com o conhecimento que adquirem e compartilham, com seus colegas e professores, as ideias que surgem, a partir de pensamentos bem fundamentados, aprendidos em casa e na escola.

Esses dão valor à vivência de seus pais e procuram absorver todos os ensinamentos que vêm deles, sem qualquer necessidade de contestá-los.

Esses são os que, mais tarde, terão sucesso na vida pessoal, na vida familiar e, mais ainda, na vida profissional, principalmente porque aprenderam que, na vida, tudo deve ser conseguido com seu esforço próprio e com o respeito mútuo e que, aprender com a vivência dos mais velhos é a mais importante dádiva que um filho pode receber na vida.

Esses terão sempre motivação para a vida. Esses desenvolverão e conhecerão a sua própria identidade e o seu caráter. Esses estarão sempre criando novas perspectivas de vida, com base nos ensinamentos que cultivaram ao longo de todo esse aprendizado, iniciado em casa e complementado na escola.

Já os demais...

Os demais são o resultado da falta do “não”, que deu a eles a impressão de que o mundo gira ao redor dele mesmo, e que sua vontade é a que deve prevalecer.

Exemplos? Susane von Richthofen e muitos outros, que acabaram matando aqueles que os criaram, sem os tradicionais “nãos”, que ensinariam o caminho correto da vida.

Como eu disse antes, não vou me alongar nesses... ficaria muito triste para uma postagem nossa...

É isso aí, amigos!

Tenham um bom domingo!

Mas, antes, inscrevam-se em nosso canal e ativem o sininho.

Assim compartilharemos nossas ideias e nossas análises, a cada postagem, atendendo aso questionamentos e sugestões de todos vocês.

Continuem mandando suas sugestões, críticas, dúvidas e questionamentos para nós.

Forte abraço!

sábado, 28 de dezembro de 2019

Orientação adolescente - Não gosto de estudar



Orientação Adolescente
“Não gosto de estudar!”

Ontem entrevistei um adolescente que me disse, com muita clareza, que está sempre perdendo de ano porque, simplesmente, não gosta de estudar.

Parece que ele se espantou quando eu, em resposta, lhe disse que eu também não gosto! Que estudar realmente me parece ser uma coisa chata.

Mais espantado ainda foi quando eu lhe disse que eu nunca estudei na vida e que, para completar, que eu também nunca trabalhei na vida!

Ele olhou para minha mesa e minha estante e não entendeu as razões para ter tantos livros ao meu lado, caderno aberto, blocos com anotações etc.

“O senhor está brincando?”

“Nada disso” – foi o que eu disse a ele.

E aí, continuei:

Apenas, desde muito cedo, eu descobri que estudar, por estudar, era uma coisa muito chata e que parecia não levar a nada, mesmo com todo mundo me dizendo que estudar é o que dá futuro e tudo o mais.

Isso acontece também quando a gente come por comer, ou porque está com fome, e não pelo prazer de um momento de refeição.

E é verdade!

Foi aí que comecei a procurar sentido para a minha vida.

Percebi que a vida tem muito mais sentido quando transformamos nossas atividades de cada dia em atividades de prazer.

Aí comecei a procurar algo que eu realmente gostasse muito e descobri que desenhar uma planta de casa era uma atividade que eu me encontrava!

Pedi a meu pai para me matricular em um curso por correspondência de desenho arquitetônico (Instituto Monitor, na época muito famoso) e fiz o curso e adorei.

Com isso, durante o curso, eu vi que precisava desenvolver mais um pouco da matemática, principalmente trigonometria, mas como era matemática para me ajudar naquilo que eu gostava, cada cálculo que eu aprendia me trazia mais prazer em continuar desenhando as plantas das casas.

E assim veio, também, o prazer em entender os textos explicativos dos desenhos, a correção na linguagem nas descrições que eu tinha que fazer, e o português passou a ser uma parte desse mesmo prazer.

E aos poucos cada matéria que eu tinha na escola acabava se encaixando em alguma parte desse meu prazer: desenhar plantas das casas.

E eu vi que eu já não estava estudando, mas sim tendo prazer em aprender, complementando meu conhecimento, para poder curtir cada traço dos meus desenhos e cada parte do planejamento daquelas casas.

Eu não estudava mais, como meus colegas, para fazer provas nem para tirar notas. Eu procurava aprender os assuntos pelo prazer de poder usar esse aprendizado no meu prazer.

Essa fase passou. Isso foi entre os 10 e 12 anos de idade. A partir dos 13 anos meu interesse passou a ser para a construção de um barco de verdade. O caminho foi o mesmo e as empolgações só aumentavam.

Com esse meu interesse pelos assuntos a serem aprendidos e não com o estudo para provas e testes, eu acabava me saindo muito melhor que os colegas nos resultados escolares, e ninguém entendia o porquê disso!

Era comum todos estarem “estudando” para uma prova e eu indo para a praia, “curtir” o domingo.

No dia seguinte todos se desesperando para tirar nota boa na prova e eu apenas indo fazer a prova, sem qualquer preocupação, sem estresse, sem bloqueios e, melhor que tudo, com bons resultados.

Quando chegou a hora de escolher a profissão, aconteceu o mesmo, ou seja, eu escolhi aquela que eu acreditava que me daria muito prazer.

Essa foi a melhor parte!

Muito colegas escolheram medicina porque médico ganha bem! Alguns se arrependeram depois, por causa do estresse da profissão.

Muitos escolheram engenharia porque engenheiro ganha bem! A mesma coisa aconteceu com alguns deles.

E assim por diante!

Eu analisei entre arquitetura e Marinha.

Escolhi entrar no Colégio Naval porque a minha paixão agora era o mar (lembram do barco que eu construí?)

Então tudo o que era dado nos cursos da Marinha eram “curtidos” por mim como complementos para o meu prazer, e assim foi durante muitos anos, ou seja: Eu nunca acordei para ir para o trabalho!

Eu sempre acordei para ir para o meu prazer e que, por acaso, outros costumavam chamar de trabalho...

Eu não relatei isso para convencer ao menino, nem a você, a fazer o mesmo em relação à sua vida.

É apenas um relato real, de alguém que até hoje “curte” tudo o que faz e que se sente muito feliz e realizado.

Muitos desafios apareceram nessa trajetória, é claro, e até hoje surgem novos desafios a todo momento.

Mas quando o nosso foco é entender a vida e aproveitar cada um de seus momentos, os desafios são facilmente superados e servem como estímulo à busca de mais conhecimento o tempo todo.

Como essa busca está sempre aliada ao prazer, agindo assim nós estaremos sempre construindo um alicerce fortíssimo para a nossa vida, constituído das duas maiores bases de sustentação da felicidade, que são:

AMOR e CONHECIMENTO

Forte abraço, amigos!

Mas, só um momento!

Esqueci de dizer para vocês se inscreverem. Os que ainda não fizeram isso, claro. E ativar o sininho para avisar sobre as novas postagens.

Agora sim, forte abraço e até breve!

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Ser Humano X Inteligência artificial

Como será a evolução dessa integração entre o homem e a máquina, que já estamos vivenciando e nossos dias?



A competição entre o ser humano e a inteligência artificial
(Comentário comparativo entre ideias de Jerry Hultin, da Academia de Ciências de Nova York; Hugo de Garis – cientista chefe da Starlab-Bélgica; Steven Spielberg, em seu filme IA – Inteligência Artificial; e mais Isaac Azimov, escritor; Stuart Armstrong, do Instituto Futuro da Humanidade, da Universidade de Oxford; e nossas próprias observações)

Num dos últimos encontros do ano na Academia de Ciências de Nova York, Jerry Hultin apresentou uma análise preocupante, sobre a competição entre o ser humano e a inteligência artificial.

Essa análise me lembrou da obra “Artilect War”, escrita por Hugo de Garis, cientista chefe da Starlab, na Bélgica, que eu tive acesso no ano 2000.

De Garis alertava o mundo para o perigo do desenvolvimento, sem controle, da inteligência artificial.

Naquela época muitas pessoas ainda achavam que as 3 leis de robótica, muito bem-criadas por Isaac Azimov, seriam sempre respeitadas pelos robôs, mesmo sem terem perguntado isso a eles...

De Garis alertava que essa falta de controle poderia desenvolver inteligências criativas, ao ponto de os robôs assumirem sua própria criação e destruir a humanidade.

Para quem não lembra, essas três leis deveriam ser seguidas à risca e rigorosamente na ordem, pelos robôs:

1) um robô não pode ferir um humano ou permitir que um humano sofra algum mal;

2) os robôs devem obedecer às ordens dos humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a primeira lei; e

3) um robô deve proteger sua própria existência, desde que não entre em conflito com as leis anteriores.

Mas o mundo está claramente caminhando para competitividade econômica, fazendo com que a ética esteja descartada, quando o objetivo principal é o lucro.

De Garis descreveu como estava, naquela época, o desenvolvimento antiético, com fins puramente lucrativos, de sistemas inteligentes que, por terem que ser, a cada dia, mais competitivos com os concorrentes, acabariam por fazer seus criadores perderem o controle e assim iniciaria a famosa “Artilect War”, ou seja, a guerra entre o homem e o robô, que é o título de seu livro, onde o vencedor é, naturalmente, o robô.

De repente, como se fosse uma reação às suas conferências, Steven Spielberg lançou seu filme IA – Inteligência Artificial, baseado num projeto de Stanley Kubrick, sobre a criação de robôs com sentimentos.

Esse projeto, por sua vez, foi baseado num conto de Brian Aldiss: “Supertoys last all summer long” – “Os superbrinquedos duram por todo o verão”, o que na realidade significaria: Os superbrinquedos vivem para sempre.

No filme Spielberg tenta defender as fábricas de inteligência artificial contra um possível controle ético exigido pela população, a partir da leitura da obra de De Garis, de uma forma bastante sutil.

Ele nos apresenta a beleza de um menino robozinho, super sentimental e lindo, que poderia ser adotado pelos casais como filhos, sem as despesas e dificuldades educacionais de uma criança normal.

No enredo, os espectadores são levados a se apaixonar pelo menino robozinho, pela sua beleza e pela sua doçura.

Quando, entretanto, tem início a parte de destruição dos robôs que começaram a tomar decisões contra os humanos, Spielberg apresenta essa “caça aos robôs”, como uma verdadeira “carnificina sem carne envolvida”.

Mas faz com que os espectadores se voltem contra os perseguidores dos robôs, ou seja, ele não deixa de mostrar que houve necessidade de parar com a liberdade tecnológica do robô, mas mostra o ser humano como o grande vilão!

A maioria dos espectadores passa a defender os robôs, sem perceber que estão se aliando à indústria antiética da inteligência artificial e contribuindo para a eliminação da humanidade!

Só no final do filme é que é mostrado, por Spielberg, que a criação de robôs inteligentes acabou por destruir toda a humanidade, mas isso é só bem no final, quando muita gente já está tão envolvida com os sentimentos dos robôs, que nem percebe o mal que estão aceitando.

Já em seu artigo na Academia de Ciências de Nova York, Jerry Hultin chama de “Revolução da Inteligência” essa época que estamos vivendo e analisa que ela trará muito mais benefícios e danos que as outras três revoluções industriais que o mundo já teve.

E, mais que isso, essa revolução nos traz uma nova questão fundamental, e que tem sido discutida bastante em nossos encontros, que é: “O que significa ser um humano?”

O enfoque de Hultin é mais para a automação e a eliminação de empregos, do que sobre o perigo da capacidade de decisões a serem tomadas pelas máquinas.

Mas minha preocupação, nessa nossa conversa, está mais para essa parte da capacidade de decidir, a ser absorvida pela IA, que coincide com a preocupação de Hugo de Garis em seu Artilect War.

Eu lembro que já comentei com vocês, também, sobre outro aspecto importante, que é o projeto da “Singularidade”, que tem tudo a ver com o que estamos conversando.

Singularidade, nesse caso, significa a integração homem-máquina substituindo partes humanas por partes cibernéticas, para melhorar nosso desempenho.

Uma das polêmicas em torno disso é a possível imortalidade cibernética, substituindo partes deterioradas do corpo humano por partes cibernéticas e prolongando a vida para sempre.

Muita gente me disse que eu estaria imaginando coisas impossíveis, mas vamos analisar?

Em 2012 aconteceu a “Cúpula da Singularidade”, quando Stuart Armstrong, do Instituto Futuro da Humanidade, na Universidade de Oxford, apresentou suas previsões de que a “Era Humana Pura” deve terminar por volta de 2040. Não fui eu quem disse! Foi ele!

Ele estava se baseando no ensaio publicado em 1993, por Vernor Vinge, quando ele prevê o fim da era humana, a partir da evolução da singularidade.

Os estudiosos e defensores da singularidade dizem que é irreversível a integração homem-máquina, criando um “agente inteligente atualizável com capacidade de autoaperfeiçoamento”, da mesma forma que fazemos com nossos computadores e celulares.

Isso gerará indivíduos dotados de uma superinteligência poderosa, muito superior à inteligência humana pura.

Então, amigos, como conclusão de tudo isso:

EVOLUÇÃO NECESSÁRIA:

Eu vejo que a evolução científica e tecnológica é imprescindível para o enfrentamento dos grandes desafios que poderão surgir a cada momento, tanto em relação às doenças e epidemias, quanto a diversos outros tipos de perigos de toda ordem.

ARTILECT WAR

Vejo, entretanto, que a inteligência artificial sem controle ético pode, realmente, servir para criar máquinas, com pensamento independente que, conforme a ficção nos mostra, pode ser a destruição da humanidade. A guerra entre o homem e a máquina.

SINGULARIDADE

Mas vejo um outro perigo, não sei se maior ou menor, que é o aumento de nosso desempenho humano por meio do processo da singularidade, tornando-nos verdadeiros meio-homem, meio-ciborgue.

Isso também pode se constituir um caminho irreversível de destruição, senão da espécie humana, mas pelo menos da nossa essência emocional humana.

SOLUÇÃO:

Qual a solução para essas polêmicas? Não sabemos, mas temos que buscá-las!

Na Academia de Ciências de Nova York todos nós fomos chamados a discutir o assunto, devido à preocupação de Ellis Rubinstein, nossa presidente, com assunto tão polêmico e decisivo para o futuro da própria humanidade ou, pelo menos, das atuais características que conhecemos do ser humano.

Precisamos, então, da participação de todos, comentando e mandando suas sugestões, seus questionamentos e suas ideias para que, por meio da Academia, possamos sugerir controles específicos e evitar problemas irreversíveis para todos nós.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Autismo - Glúten e sua relação com o autismo



Nesse nosso vídeo de hoje vamos conversar sobre mais um estudo científico sobre o autismo e as causas intermediárias de seus sintomas.

Peço que todos vocês divulguem esse estudo, compartilhando esse vídeo, porque só assim poderemos ter mais crianças autistas sendo salvas da exclusão social.

Como tenho relatado nos outros vídeos, acreditamos que a causa original do autismo seja um defeito em um gene, mas como em cada grupo de autistas esse gene é diferente (TRPC6, FMR1 etc.) a cura definitiva ainda precisa de muito tempo e trabalho para ser encontrada.

Enquanto não se acha a cura, procura-se reduzir seus sintomas, para que o autista possa ser escolarizado como seus colegas neurotípicos e possa desenvolver sua autonomia, como qualquer pessoa.

O artigo que hoje analisamos é um dos mais de dezesseis mil que relacionam o glúten ao autismo, para que todos possam buscar mais uma alternativa de melhora para seus filhos.

Lembro sempre que nada deve ser feito sem o acompanhamento médico e de um profissional de nutrição.

A especialidade médica ideal é sempre a de pediatra nutrólogo ou gastroenterologista, já que o principal elemento a ser estudado é exatamente a alimentação, a microbiota intestinal, o intestino e o cérebro entérico.

Um dos artigos que revisamos essa semana foi o de Colin Heberling, Prasad Dhurjati e Myron Sasser, da Universidade de Delaware, em Newark.

Vou deixar a referência na descrição do vídeo, no nosso canal no youtube, e no final do texto, em nosso Blog, para quem também gosta de estudar.

Nessa releitura do artigo fiz, novamente, uma ligação com todos os que estudei anteriormente e com os registros técnicos das observações que tenho feito, de “meus autistas”, ao longo desses últimos vinte anos de IUPE, que é o nosso colégio inclusivo de verdade.

O artigo mostra que a neuro inflamação, ou seja, a inflamação cerebral (que é o tema que mais comento em meus cursos e palestras), é a mais provável causa de todos os distúrbios no autista.

Vamos falar rapidamente da “inflamação cerebral” e “cabeça explodindo”.

Ela não é detectada com a mesma facilidade da inflamação intestinal porque ela não causa dores.

O que ocorre é uma sensação de “cabeça incomodando ou explodindo”, conforme muitos deles me relatam, quando eu pergunto a razão de correr sem parar, de um lado para outro, ou de quere bater em alguém, ou de não conseguir dormir etc.

Essa neuro inflamação é causada pela chegada ao cérebro, via corrente sanguínea, de proteínas e micro-organismos prejudiciais ao seu funcionamento correto.

Esses micro-organismos entraram na corrente sanguínea, primeiro porque não foram corretamente trituradas pela microbiota intestinal e, depois, devido à alta permeabilidade das paredes do intestino.

Então aí já aparecem dois elementos que precisam ser estudados. Qual o motivo da microbiota intestinal não cumprir o seu papel e, além disso, por que as paredes do intestino do autista são permeáveis?

O que o trabalho de Colin Heberling, Prasad Dhurjati e Myron Sasser, propõe é a existência de uma relação circular, no caso do autismo, que pode esclarecer alguns pontos.

É a seguinte:

Segundo eles existe, no autista, um estresse oxidativo e deficiências metabólicas do enxofre.

Tanto esse estresse como a deficiência, estão relacionados às alterações na microbiota intestinal.

A microbiota alterada, por sua vez, fica com sua eficácia reduzida no seu trabalho digestório, que é a trituração das proteínas que não devem ir para a corrente sanguínea.

Esses pedaços não triturados ficam no intestino e deterioram. Isso cria um ambiente propício para o surgimento de bactérias patológicas, protozoários e parasitas diversos.

Essa infestação de vermes é encontrada em quase todos os autistas, e isso aumenta ainda mais o estresse oxidativo, ficando ele em nível muito elevado.

O que vemos, com isso é uma verdadeira “bola de neve”, um mal alimentando o outro e, assim ambos se perpetuando no organismo autista.

Por isso que o tratamento de um único alvo acaba tendo efeito de curta duração.

Os terapeutas prescrevem uma medicação, observam que fez efeito, mas o efeito não perdura, houve apenas uma espécie de “camuflagem temporária” para o sintoma.

A maior importância desse trabalho é exatamente o alerta que precisamos para não nos enganarmos nos resultados de um só tratamento.

Após a leitura do trabalho “fica a dica” para que o tratamento seja sempre combinado, levando em consideração, principalmente, que:

As toxinas bacterianas (essas provenientes das bactérias patológicas), o estresse oxidativo, e os alimentos alergênicos, principalmente o glúten, são elementos que aumentam a permeabilidade das paredes do intestino.

Temos insistido em que seja realizado um exame de intolerância alimentar rigoroso para que sejam encontrados os demais alergênicos, como a caseína (proteína do leite), a proteína da soja, os açúcares, os corantes e os conservantes.

O mais confiável que eu conheço é o Great Plains Labs, nos Estados Unidos, pertencente ao Dr William Shaw.

Mas o trabalho deixa bem claro que o glúten é o maior vilão.

As conclusões que chegamos após a releitura de mais esse trabalho e a comparação com os que estudamos anteriormente, são:

Precisamos substituir o glúten da alimentação do autista, para reduzir a permeabilidade intestinal, sob a orientação e acompanhamento de médico pediatra nutrólogo e nutricionista.

Mas lembre que não é “tirar o glúten”, já que ele é importante na alimentação, mas substituir por algum outro alimento que traga o mesmo valor nutricional. Por isso essa substituição precisa do acompanhamento de nutricionista.

Precisamos, também, combater as bactérias patológicas, protozoários e parasitas diversos, e analisar e corrigir as deficiências metabólicas de enxofre.

Esse combate deve ser acompanhado por médico gastroenterologista pediatra.

Precisamos ter cuidado ao tratar, no autista, apenas uma parte do problema. Os resultados que encontramos e que parecem ser definitivos, são apenas temporários, já que as outras causas secundárias continuam existindo.

Os comportamentos inadequados do autista, como agressividade, inquietação, falta de sono, movimentos repetitivos e outros, são provocados pela inflamação cerebral, ou seja, embora sejam sintomas semelhantes aos dos doentes psiquiátricos, as causas são conhecidas e podem ser tratadas.

Não existe ainda cura para o autismo, mas o tratamento dessas causas intermediários podem permitir, a eles, uma vida perfeitamente normal, como qualquer pessoa neurotípica.

Aviso aos amigos que estão aguardando outras análises em relação aos mais novos trabalhos científicos sobre o autismo, que já selecionamos alguns e em breve publicaremos.

Alguma outra dúvida ou questionamento ou sugestão, mandem parar nossos endereços.

Compartilhem, então com seus amigos e em seus grupos, para que mais pessoas possam acompanhar nossos estudos e, assim, possamos todos, juntos, salvar nossas crianças da exclusão social.

Forte abraço!

Referências:



terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Avaliação como estímulo à aprendizagem e sem notas



AVALIAÇÃO COMO ESTÍMULO À APRENDIZAGEM E SEM NOTAS
Avaliação – Como garantir aprendizagem real sem dar nota nas avaliações?

Pergunta de Ulisses, de Mato Grosso do Sul:
"Professor Roberto:
Eu assisti a uma reportagem dizendo que em Cingapura os professores estão proibidos de dar notas aos alunos.
Como pode uma escola sobreviver sem dar nota nas avaliações?"

Obrigado Wellingthon!

E obrigado, Ulisses, pela sua pergunta.

Ela nos remete ao entendimento do que seria, de fato, uma AVALIAÇÃO escolar durante a Ensino Básico.

Em Cingapura, o governo chegou à conclusão de que, dar notas, é um incentivo à seleção de alunos e até à exclusão social. Por isso resolveram abolir notas durante a formação básica.

Mas vamos analisar alguns pontos importantes, sem entrar no estudo profundo das avaliações, já que para isso precisamos de mais tempo.

Prepararemos um curso específico sobre AVALIAÇÃO, APRENDIZAGEM E REGISTRO ESCOLAR, para breve.

Vamos ver o que ocorre numa avaliação com nota, que é comum no Brasil e em vários países.

O aluno faz uma prova e o professor a corrige.

Vamos imaginar que havia 10 questões e ele acertou cinco.

O professor lança a nota 5,0 e entrega a prova ao aluno.

Imaginemos que nessa escola, a média de aprovação é 6,0.

O que vocês imaginam que esse aluno faz?

Opção 1: Ele analisa as questões que não acertou, estuda o assunto novamente e tira dúvidas com o professor, para aprender aquilo que não havia aprendido.

Opção 2: Ele joga a prova fora e vai tentar estudar o assunto da próxima prova para tentar tirar nota 7,0, e assim garantir que passará de ano.

Alguém tem alguma dúvida sobre a opção mais comum?

Pois é!

O aluno viu a nota e, com isso, só se preocupará em tirar uma nota compensatória na próxima prova.

Em nenhum momento ele pensa em aprendizagem de assuntos.

Os assuntos não aprendidos serão abandonados para sempre.

Exatamente por isso que nossos alunos “passam de ano”, mas nosso nível de aprendizagem é o pior do mundo!

Há outros aspectos para esse pior nível do mundo, entre elas o fato de marcarmos o dia da prova... mas isso vamos deixar para quando surgirem outras dúvidas.

Agora vamos a prova sem nota, como deve ser:

O aluno faz a prova.

O professor a corrige.

Na prova o professor só assinala quais as questões que o aluno “AINDA NÃO APRENDEU”, e devolve a prova a ele para que, em casa, ele estude novamente esses assuntos, mostre para o professor que já os aprendeu, ou venha tirar dúvidas.

Esse procedimento é o mesmo, independentemente se o aluno só não acertou ainda uma só questão, ou até para os alunos que ainda não acertaram nenhuma delas.

Assim todos os alunos são constantemente estimulados a aprender todas as questões, mas nunca a tirar notas, já que notas não existem!

E as famílias acabam com aquela história de só quererem saber dos filhos, “COMO ANDAM AS SUAS NOTAS”, em vez de procurarem saber “QUAIS OS ASSUNTOS QUE O FILHO ESTÁ APRENDENDO”.

“Pergunta de George, de Mucugê:
Como é feito o registro das avaliações, uma vez que não é atribuída a  nota?”

Obrigado Wellingthon.

Ótima pergunta, George!

Nesse caso não sei como será em Cingapura, já que não recebi, ainda, as respostas das perguntas que mandei para eles.

Mas vamos ver como é esse mesmo sistema, com registro de notas, no nosso colégio.

O aluno faz a prova.

O professor a corrige.

Aí vem a primeira parte do registro:

Ele registra sim, mas nunca na prova, nem na  caderneta (para evitar que o aluno saiba das notas), e sim em um mapa da coordenação, mas da seguinte forma:

- À caneta, se a nota foi acima da média.

- À lápis, se a nota foi abaixo da média. (nossa média é 7,0, porque, infelizmente, ainda não conseguimos abolir totalmente as notas).

Na prova o professor só assinala quais as questões que o aluno “AINDA NÃO APRENDEU”, e devolve a prova a ele para que, em casa, ele estude novamente esses assuntos, mostre para o professor que já os aprendeu, ou venha tirar dúvidas.

Quando o aluno cumpre essa parte, a nota dele, que estava registrada à lápis, por ter sido abaixo da média, vai ser registrada como 7,0, que é a média mínima de aprovação.

Com isso todos os alunos têm, constantemente, a oportunidade de aprender tudo o que não haviam aprendido, garantindo a formação correta de toda a turma.

Esses alunos, quando vierem a participar de algum concurso, de algum vestibular ou do ENEM, terão pontuações muito superiores aos demais.

Isso já é percebido em todos os colégios que adotaram essa metodologia, entre os alunos cujos professores conseguiram estimular a esse procedimento.

Amigos, mais alguma pergunta sobre avaliação? Mande para nós, pelos endereços que estão aí no vídeo.

Forte abraço!

Autismo: Uma reflexão importante sobre seu acompanhamento e tratamento




O autismo, o TDAH, a dislexia, a discalculia, as deficiências em geral e todas as demais dificuldades de aprendizagem, deveriam ser objeto de estudo de todas as universidades e centros de pesquisa.

Mas não é suficiente ser objeto de estudos, mas sim objeto de pesquisas intensas, sem estar preso aos conteúdos básicos dos livros texto, nem aos ensinamentos em aula.

Isso porque toda criança e, mais tarde, todo adolescente, quando não é tratada corretamente ou quando não é acolhido de forma inclusiva real, no seu período de educação básica, pode acabar sendo excluído, ou até ser levado à auto exclusão, ampliando todos os nossos problemas sociais.

Muitos colégios de educação básica, cursos profissionalizantes, cursos técnicos e cursos superiores continuam sem qualquer mudança em suas metodologias de aula, sem qualquer adaptação curricular, nem adaptação de conteúdo, para as pessoas com alguma dificuldade de aprendizagem, e é exatamente essa falta de visão para a adaptação, que provoca a exclusão e que amplia os problemas sociais.

E, mais ainda, vemos muitos profissionais que “pararam no tempo” logo após a sua formatura, esquecendo que a atualização é a única forma de não “andar para trás”!

Todas as faculdades, por exemplo, deveriam deixar bem claro para seus alunos, que durante a sua formação, o que está sendo ensinado é a base para que, após a sua formatura, tenham condições de estudar, mais a fundo, todos os trabalhos que estiverem sendo produzidos no mundo, em sua área de atuação.

Quando vemos profissionais que tiveram esse olhar e perseguem a atualização, é muito gratificante.

No caso específico do autismo, quando encontramos profissionais desse nível no acompanhamento e tratamento da criança, os resultados são vistos com muita clareza em todas as salas de aula!

Sim, porque é na escola que temos condições de observar esses resultados, tanto na evolução mais rápida da criança que não falava no momento certo, que não conseguia se concentrar como os neurotípicos e que não conseguia se comportar bem, assim como com os adolescentes, quando observamos a sua evolução no comportamento, no desenvolvimento intelectual, e no equilíbrio emocional.

Isso porque, quando são tratados como autistas (e nunca como doentes psiquiátricos), ou seja, quando os sintomas são reduzidos um a um pelo estudo e correção das suas causas intermediárias, e nunca com drogas que apenas “camuflam” o comportamento inadequado, muitos deles, além de se livrarem completamente de todos os sintomas prejudiciais ao seu desenvolvimento, à sua autonomia e à sua socialização, criaram a sua forma própria de comportamento ético tão perfeita, que acabam sendo melhores do que qualquer um de nós.

Esses são incapazes de fazer o mal ao outro, se preocupam com o social, com o grupo, com a correção de atitudes e com a honestidade e caráter, de uma forma completamente superior a qualquer outra pessoa neurotípica.

Antes já sabíamos dessa característica nas pessoas com Síndrome de Down.

Muitos dos meus amigos Downs hoje em dia surpreendem pela correção de atitudes, pela honestidade “à toda prova”, e me ajudam a ensinar, aos meus alunos neurotípicos, ou seja, ditos normais, algo que os leve à construção do caráter.

Depois desses vinte anos acompanhando todos os tipos de alunos no Colégio IUPE em Salvador-BA e observando os das escolas conveniadas conosco, percebemos as mesmas características de caráter nos alunos com TEA.

Infelizmente, entretanto, esse desenvolvimento integral e quase perfeito, sofre uma espécie de boicote permanente, já que, só conseguem evoluir dessa forma aqueles que estão sendo tratados como autistas e nunca os que estão sendo tratados como doentes psiquiátricos.

Nesse ponto é importante que todos saibam que drogas são necessárias sim! Isso é muito claro! São a drogas desenvolvidas pela indústria farmacêutica, assim como as vacinas, que estão permitindo o aumento da perspectiva de vida da população mundial e conseguindo exterminar diversos tipos de epidemias assassinas.

O que não é necessário é o uso de drogas de imediato, sem que qualquer análise seja feita e sem que qualquer tratamento intermediário tenha sido realizado, voltado para o ataque às causas intermediárias dos sintomas.

Conclusão:

Precisamos deixar claro, para todos os formandos, que seu trabalho de entendimento do assunto, cujo diploma acabou de receber, começa após a sua formatura e se estende por toda a sua vida profissional.

Precisamos deixar claro para todos os profissionais de educação, que cada aluno é uma realidade individual, e sua metodologia durante as aulas tem que ser atualizada para que todos estejam aprendendo alguma coisa todos os dias, sem exceção, a partir do que cada um sabe, e no nível de entendimento de cada um.

Quem tiver alguma dúvida sobre esses pontos que apontamos e que abordaremos aos poucos em nossos vídeos, entrem em contato.  

Para quem gosta de ler, lembro que a educação, de uma forma geral, com o acompanhamento de todas as fases de desenvolvimento da criança, está no meu segundo livro: AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO.

Já a Formação da Personalisdade Sexual, em todos os seus aspectos e com todas as dificuldades de entendimento por parte das famílias, está no meu terceiro livro: SEXUALIDADE HUMANA.

E os detalhes mais importantes da Educação Inclusiva, incuindo as metodologias educacionais responsáveis, estão no meu quinto livro: INCLUSÃO RESPONSÁVEL.

E para quem estiver nas proximidades de Salvador, lembro que teremos, no dia 25 de janeiro próximo, o curso METODOLOGIAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS, na nossa sede em Salvador. As inscrições devem ser feitas até o dia 10 de janeiro, para que possamos ter uma noção de espaço a utilizar.
Informações e inscrições pelo (71) 3389-8232 ou pelo nosso email: robertoandersen@gmail.com



domingo, 8 de dezembro de 2019

Conselho de Classe - Sua influência na transformação social de um município

Reflitam, amigos, porque é com a força do Conselho de Classe e com o poder do professor que poderemos transformar toda uma sociedade para melhor:



Conselho de Classe – sua influência na transformação social de um município

Todos sabemos que é na escola que tomamos conhecimento da realidade social de uma comunidade, já que cada aluno é o reflexo de sua família e cada família é, normalmente, o resultado de uma cultura local.

O professor, então, estando na linha de frente, em contato diário com essa amostragem da comunidade, é quem tem condições de traçar um perfil social o mais próximo possível da realidade daquela região.

Só que nem todo professor sabe de seu poder para mudar a realidade social.

É ele que, em contato com os alunos daquela comunidade, consegue perceber as necessidades mais sérias, algumas provenientes de famílias desestruturadas, violências domésticas, abusos físicos e sexuais, e mais uma série de situações que fogem à área educacional escolar.

O professor, então, fica angustiado ao constatar essa realidade e se sente impotente para o encontro de soluções. Ele acredita que não é da sua competência.

Essas e outras constatações servem para desestruturar a vida do professor e levá-lo ao estresse exagerado, muitos chegando a quere desistir da profissão ou sendo levado a abandoná-la devido a doenças psicossomáticas, depressão e tudo mais.

Alguns, para tentar escapar dessa realidade, buscam o apoio de drogas, entre elas o Rivotril, a mais comum na comunidade docente.

Onde está o erro?

O erro está na visão da missão e, principalmente, da competência do professor regular, que trabalha na linha de frente das salas de aula.

Todas as soluções, inclusive para muitos dos problemas sociais de um município, podem ser encontradas a partir da ação individual de cada professor.

Por isso eu digo que é o professor o profissional mais importante do mudo!

Parece exagero? Mas não é exagero. É a mais pura realidade!

Esse profissional é o único que pode ter uma noção exata das necessidades que cada aluno terá para ser alcançado pelos três objetivos básicos da educação responsável, que são:

Ficar satisfeito por aprender alguma coisa, todos os dias, a partir de seu ponto de entendimento;

Ser estimulado, todos os dias, para construir a sua autonomia futura;

Se sentir incluído socialmente, em todos os momentos em que estiver na escola.

É o professor o único profissional competente para identificar o que está faltando para que cada um desses objetivos seja alcançado e é ele quem deve tomar as primeiras providências para isso. Mas como?

Primeiramente analisando se estão ao seu alcance as providências necessárias.

Estando ao seu alcance, basta fazer, mas é sempre bom relatar, para que os demais colegas possam fazer o mesmo, ou até para que apresentem sugestões mais práticas e mais eficazes, otimizando o trabalho docente em geral.

Mas no caso de sua própria dedicação não for suficiente, a solução precisa ser encontrada em conjunto com outros professores, em encontros de análise de desafios e identificação de soluções, o que deveria constituir um dos mais importantes objetivos dos Conselhos de Classe.

Para isso já vemos que temos que ter Conselhos mais frequentes e espalhados por todo o ano letivo.

E para isso também vemos que os objetivos do Conselho têm que ser mais abrangentes.

Surge então, o conceito mais importante do Conselho de Classe, que parte da análise individual de cada aluno para a identificação das causas de seus problemas, o que nos leva a análise da própria família e, consequentemente, da realidade social.

Cada Conselho é sintetizado em uma ATA, que é soberana, já que é fruto de análise realizada pelos profissionais que estão na linha de frente e, por isso, os que têm mais condições de definir as necessidades mais urgentes e mais importantes da escola e até da realidade da comunidade local.

A elaboração da ATA, então, deve ser de forma bem argumentada e já indicando as possíveis soluções para os desafios daquela comunidade escolar.

Essa ATA deve ser encaminhada à Secretaria de Educação.

Como algumas soluções dependerão de outras secretarias, cabe à Secretaria de Educação encaminhar para as demais.

Vamos agora à prática já em andamento e as dificuldades encontradas:

Em alguns municípios as secretarias se tornam tão fechadas em si mesmas que sequer leem tais ATAS;

Em outras as secretarias que deveriam se envolver percebem que as sugestões não procedem, já que existe serviço semelhante, apenas com alguns diferenciais de ação e que, pelas escolas não terem esse conhecimento, não são aproveitados por elas; mas fica por aí mesmo, ou seja, não há retorno para as escolas, nem ajuste de procedimentos;

Em outros casos as demais secretarias até concordam com as necessidades, mas não há legislação que ampare as soluções propostas.

Conclusão dessa observação prática:

Nada anda e as escolas continuam sem solução para seus desafios e a comunidade local continua mal atendida, mal preparada e dando aos seus filhos uma educação equivocada.

E, mais ainda: muitas decisões tomadas por diversas secretarias acabam dando resultados diferentes dos previstos, devido ao desconhecimento da realidade social do município, já que essa realidade aparece exatamente na escola (o aluno é o reflexo dessa realidade local) e é detectada pelo professor em sala.

Proposta para enfrentar tais desafios:

Direção, coordenação e corpo docente devem transformar seus Conselhos de Classe em reuniões mais frequentes, com o objetivo de analisar todos os principais desafios em relação à comunidade escolar.

Nesses encontros devem ser definidas as propostas que precisam de ação fora da área educacional, como saúde, ação social e outras.

Deve ser elaborada ATA do Conselho especificando as ações específicas de outras secretarias, e solicitando reunião de estudo conjunto com representantes das demais secretarias, para o encontro de soluções.

A Secretaria de Educação deve organizar tais estudos conjuntos, com representantes das demais secretarias (principalmente saúde e ação social), para o encontro de soluções.

Havendo necessidade de ação legislativa, elaborar propostas a serem encaminhadas às comissões legislativas correspondentes (saúde – educação – ação social etc.) ou solicitar que, para esses estudos em conjunto, estejam presentes representantes dessas comissões.

Fazendo assim teremos:

Todos os desafios sendo estudados frequentemente por quem tem competência para isso;

Todas as providências possíveis sendo analisadas pelas instituições correspondentes, cada uma assumindo a sua parte e tomando suas decisões específicas;

Todas as propostas que necessitem de alterações nas legislações, são encaminhadas para estudo das respectivas comissões legislativas, para decisões pela Câmara.

A assim os desafios poderão ser resolvidos antes que se tornem problemas insuperáveis, o que frequentemente ocorre devido ao total desconhecimento do assunto, pelas pessoas que poderiam estar à frente das soluções.

Tudo, então, como vimos, começa pela atuação do professor em sala, na observação da realidade de cada aluno e, consequentemente, da realidade da comunidade no qual o aluno está inserido.

Aproveito para lembrar que o IUPE terá, já em 2020, um ciclo de Formação Continuada de Profissionais de Educação, Terapeutas e Interessados, a começar pelo dia 25 de janeiro próximo, com o tema METODOLOGIAS EDUCACIONAIS INCLUSIVAS, para transformar a missão do professor em puro prazer, sem qualquer estresse e com mais eficácia.

Esse é o primeiro tema do ciclo. Teremos mais cinco encontros, um a cada dois meses, para criarmos um grupo de profissionais que farão a diferença na transformação social.

sábado, 7 de dezembro de 2019

Esclarecimentos sobre a intolerância alimentar no autista


Esclarecimentos em relação a dois pontos abordados na palestra sobre educação especial no município de Camaçari-BA, hoje:

Mãe de autista disse que não há comprovações científicas sobre a relação entre glúten leite e autismo. 
E que nem todo autista tem intolerância ao glúten nem ao leite, e que privá-lo disso é querer que ele não se socialize nas festinhas infantis.

O filho de Claudia Marcelino foi internado, certa vez, por problemas de saúde, devido a excesso de uma determinada vitamina, por isso não se deve acreditar em tudo o que ela fala.

Resposta ao ítem 1)

Há, até hoje, mais de 20.000 trabalhos científicos comprovando a relação entre glúten, caseína (proteína do leite) e o autismo.
Peço a quem deu essa informação à mãe que entre em contato comigo, para que eu diga onde estão publicados esses trabalhos.

Em relação à intolerância, é importante saber que dar um alimento que organismo do autista não tolera é um perigo. E a intolerância não dá sinais evidentes, como a alergia dá. Por isso que ela deve ser respeitada.

Existe uma diferença fundamental entre alergia e intolerância:

Na alergia há uma resposta imunológica imediata, isto é, o organismo cria anticorpos como se o alimento fosse um agente agressor e por isso os sintomas são generalizados.

Já na intolerância alimentar o alimento não é digerido corretamente e, dessa forma, os sintomas surgem principalmente no sistema gastrointestinal.

Quanto à socialização, teremos um exemplo na inauguração da Clínica Psicolúdico, em Passo Fundo-RS, dia 8 de fevereiro, quando o coffee brake será todo feito com receitas do livro de Cláudia e, portanto, todos se socializarão incluindo o autista e não excluindo-o.

Afinal se a comida do autista todos podem comer, porque servir algo que ele não possa comer?

Resposta ao item 2)

O estudo de Cláudia Marcelino é referência nacional. O trabalho dela é em relação às dietas. Isso não quer dizer que nem ela nem seu filho possam ficar doentes por algum erro de procedimentos.


Recomendo a todos os nutricionistas que aprendam com ela, pelo livro dela, tudo sobre a alimentação de seus filhos autistas e TDAHs.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Leis de inclusão com propostas que necessitam de reflexão



A Educação Inclusiva e seus desafios

Para responder ao questionamento da Associação Inclusão Educacional, já que fui convocado para isso pelo meu amigo Madson, precisaríamos ter a íntegra da proposta do MEC, mas ela ainda está em preparação, portanto, vamos analisar o que foi dito sobre isso, pela representante do MEC.

Ao terminar de responder eu digitarei minha fala e publicarei em meu BLOG, para focar mais fácil para todos entenderem minha interpretação.

A Política Nacional de Educação Especial se baseia em três objetivos:

Coibir práticas discriminatórias contra pessoas com deficiências Intelectual, mental e física e 
Transtorno do Espectro Autista.

Ter como perspectiva todos os estudantes estarem juntos, aprendendo e participando.

Impedir a escola de reproduzir padrões homogeneizantes.

Para garantir esses objetivos existem:

LDB (Lei 9394/96) – Lei de Diretrizes e Bases
LPA (Lei 12764/12) – Lei de Proteção ao Autista
LBI (Lei 13.146/15) – Lei Brasileira de Inclusão

Além dessas, que determinam os objetivos específicos em cada tema, existem as regulamentações estaduais e municipais, especificando as diferentes formas de atendimento a essa legislação, respeitando as especificidades estaduais ou municipais ou outras situações diferenciadas.

Elas são as resoluções dos Conselhos Estaduais e Municipais, com a publicação de documentos do tipo Manuais e Diretrizes específicas.

O estudo que tenho realizado, frequentemente, de todos esses documentos que me chegam, mostram, até o momento, que a interpretação das legislações maiores foi correta, exceto pela introdução de funções específicas do professor regular, nas funções do mediador (pág. 89, item 7.1.4 nas Diretrizes da Bahia, por exemplo).

Essa determinação, nessas diretrizes, deve ter sido estabelecida devido à dificuldade que o professor da classe comum tem em ministrar sua aula para alunos com diferenças em capacidades cognitivas e nível intelectual.

Um professor de classe comum que se proponha a manter esse tipo de metodologia tradicional, nunca conseguirá alcançar os alunos em diferentes níveis de entendimento e, enquanto ele não criar ou não aprender alguma metodologia inclusiva de verdade, ele vai achar que alcançar alunos com níveis diferentes é missão impossível

A solução que esse tipo de professor vai propor é a contratação de um professor auxiliar.

E, enquanto não existir esse professor auxiliar ele, não tendo criatividade para mudar seu método, abandonará esse aluno à sua própria sorte, em um canto da sala, ou, caso esse aluno tenha algum acompanhante, o deixará sob a responsabilidade dessa pessoa, com se não fizesse parte daquela classe escolar.

Essa situação terá como consequência o desespero das famílias que, percebendo que seu filho não se desenvolve e está abandonado, exige que seja dado a ele um professor auxiliar.

E isso acaba provocando a alterações na própria legislação, algumas delas eliminando as características necessárias à eficácia do processo inclusivo.

E se, para resolver isso, alguém resolver colocar o tal professor auxiliar, estará eliminado todo o objetivo da inclusão, que é a do aluno se sentir incluído em sala, com o mesmo professor e com os mesmos assuntos, embora em níveis diferenciados de abordagem.

A Lei de Proteção ao Autista determina no art. 3º, parágrafo único, que “(...) em casos de comprovada necessidade, a pessoa com TEA incluída nas classes comuns de ensino regular, terá direito a acompanhante especializado(...)”.

Esse acompanhante tem que ser treinado para ser MEDIADOR DE VERDADE. Não adianta a LEI se não há o treinamento. O papel dele tem que ser o de provocar a interação do autista com o professor regular e com seus colegas. Nunca poderá fazer o papel de professor! Se ele substituir o professor, o autista se sentirá diferente e excluído da classe.

Então vejam que, primeiro não querem colocar esse profissional. E se o colocam, exigem que ele seja o professor auxiliar, o que é completamente prejudicial ao desenvolvimento da autonomia do autista.

São muitos os desafios e temos que analisar um por um!

Mas como estamos vendo, para existir inclusão, conforme determina a legislação, não podem ser mantidas as metodologias tradicionais, porque elas não funcionam para esse fim. Elas foram feitas para grupos de alunos do mesmo nível.

Tudo, então, começa pelo desenvolvimento e ensino das metodologias de inclusão.

Aproveito para lembrar que teremos um curso de dez horas/aulas, no dia 25 de janeiro, no IUPE em 
Salvador, sobre Metodologias Inclusivas, exatamente para mostrar que tudo isso é possível!

Então vamos, agora, analisar as propostas de alteração que foram divulgadas por uma representante do MEC e que está causando alguma polêmica.

Todas essas análises devem ser bem cautelosas, para que possamos entender mesmo, sem criar resistência sem conhecimento de causa.

A PROPOSTA está sendo chamada pelo MEC de Proposta de Ampliação da Educação Inclusiva, o que, à primeira vista nos parece bom.

Mas a primeira ideia é reforçar uma coisa que já existe, que é a possibilidade do sistema oferecer alternativas à escola inclusiva, como:

a. Escolas especiais
b. Classes especiais
c. Escolas bilingues (Português + Libras)
d. Classes bilingues (Português + Libras)

Esse oferecimento já existe nas APAEs e instituições congêneres, espalhadas por todo o Brasil.

Mas esse oferecimento em alteração legal pode ser uma tentativa de fazer com que as crianças com transtornos, síndromes ou deficiências acabem retornando ao ensino especial, fora da escola regular.

Não está clara essa intenção, mas minha interpretação está baseada na declaração da representante do MEC, quando ela diz que:

“Você pode conseguir melhores resultados para o público da educação especial em classes especiais ou escolas especiais. O foco dessa política estará na singularidade das pessoas, e não no grupo como um todo”

Ora!

O problema da escola especial é óbvio!

Os alunos com deficiências, ao conviverem com colegas que têm as mesmas deficiências, registram, em seus cérebros, de forma inconsciente, que suas dificuldades são normais, iguais às de todo mundo.

Para quem estuda o trabalho do nosso cérebro em detectar e corrigir todos os nossos defeitos, conclui que o cérebro dessas crianças jamais terá essa visão de “defeito a corrigir”, dificultando a sua evolução.

Já na escola regular, o cérebro do aluno deficiente detecta suas dificuldades e inicia o trabalho de correção, facilitando a sua evolução em todos os sentidos.

Lógico que para o cérebro fazer isso não pode haver bullying, já que o aluno deficiente precisa estar com a autoestima elevada.

Então a declaração de (...) conseguir melhores resultados (...) em classes especiais (...) não procede, principalmente para quem acompanha o excelente trabalho das APAEs ao longo de tantos anos!

Há necessidade dessa inclusão, tanto para esse trabalho do cérebro, como para acostumar ambos os alunos (especiais e neurotípicos) a conviverem com a diferença.

Mas, para reduzir o impacto dessa declaração, ela diz algo que pode não ser real:
"A gente não quer que essa política signifique retrocesso em nenhuma das conquistas da inclusão escolar”

Então, se houver o estímulo à volta dos alunos para as escolas especiais, haverá, sim, retrocesso nessas conquistas.

O que precisamos é preparar todos os professores para que comecem a exercer, imediatamente, o seu papel de professor inclusivo, por meio do treinamento em metodologias inclusivas.

E essas metodologias, para serem inclusivas de verdade, precisam passar pelo teste dos três objetivos básicos voltados para o aluno e um objetivo básico voltado para o próprio professor, que são:

Para os alunos:

Garantir que todos os alunos aprendam, todos os dias, alguma coisa, a partir de seu ponto de entendimento;

Estimular todos os alunos, todos os dias, ao desenvolvimento de sua autonomia futura;

Proporcionar, em todas aulas, a socialização.

Para os professores:

Ser uma metodologia que deixe o professor como simples mediador do trabalho desenvolvido pelo aluno e, portanto, sem qualquer estresse.

Vamos, então, aguardar mais informações sobre a íntegra da proposta para que, a partir de uma nova análise, possamos tentar interferir no processo e evitar um mal maior.

Peço a todos os professores e profissionais interessados em educação, que fiquemos atentos, já que algumas mudanças, se forem realizadas por profissionais que não estão vivenciando a sala de aula inclusiva, poderão trazer um verdadeiro retrocesso em uma política de inclusão que ainda não deu resultado, mas é perfeita.

E não deu resultado ainda somente porque as determinações chegaram sem que, antes, os professores fossem preparados para cumpri-la corretamente!   

E mandem suas perguntas para nossa assessoria, pelo WhatsApp (79) 9-9917-0344

Forte abraço!