Nesse nosso vídeo de hoje vamos conversar sobre mais um
estudo científico sobre o autismo e as causas intermediárias de seus sintomas.
Peço que todos vocês divulguem esse estudo, compartilhando
esse vídeo, porque só assim poderemos ter mais crianças autistas sendo salvas
da exclusão social.
Como tenho relatado nos outros vídeos, acreditamos que a
causa original do autismo seja um defeito em um gene, mas como em cada grupo de
autistas esse gene é diferente (TRPC6, FMR1 etc.) a cura definitiva ainda
precisa de muito tempo e trabalho para ser encontrada.
Enquanto não se acha a cura, procura-se reduzir seus
sintomas, para que o autista possa ser escolarizado como seus colegas
neurotípicos e possa desenvolver sua autonomia, como qualquer pessoa.
O artigo que hoje analisamos é um dos mais de dezesseis mil
que relacionam o glúten ao autismo, para que todos possam buscar mais uma
alternativa de melhora para seus filhos.
Lembro sempre que nada deve ser feito sem o acompanhamento médico
e de um profissional de nutrição.
A especialidade médica ideal é sempre a de pediatra
nutrólogo ou gastroenterologista, já que o principal elemento a ser estudado é
exatamente a alimentação, a microbiota intestinal, o intestino e o cérebro entérico.
Um dos artigos que revisamos essa semana foi o de Colin
Heberling, Prasad Dhurjati e Myron Sasser, da Universidade de Delaware, em
Newark.
Vou deixar a referência na descrição do vídeo, no nosso canal
no youtube, e no final do texto, em nosso Blog, para quem também gosta de
estudar.
Nessa releitura do artigo fiz, novamente, uma ligação com
todos os que estudei anteriormente e com os registros técnicos das observações
que tenho feito, de “meus autistas”, ao longo desses últimos vinte anos de IUPE,
que é o nosso colégio inclusivo de verdade.
O artigo mostra que a neuro inflamação, ou seja, a
inflamação cerebral (que é o tema que mais comento em meus cursos e palestras),
é a mais provável causa de todos os distúrbios no autista.
Vamos falar rapidamente da “inflamação cerebral” e “cabeça
explodindo”.
Ela não é detectada com a mesma facilidade da inflamação
intestinal porque ela não causa dores.
O que ocorre é uma sensação de “cabeça incomodando ou
explodindo”, conforme muitos deles me relatam, quando eu pergunto a razão de
correr sem parar, de um lado para outro, ou de quere bater em alguém, ou de não
conseguir dormir etc.
Essa neuro inflamação é causada pela chegada ao cérebro, via
corrente sanguínea, de proteínas e micro-organismos prejudiciais ao seu
funcionamento correto.
Esses micro-organismos entraram na corrente sanguínea, primeiro
porque não foram corretamente trituradas pela microbiota intestinal e, depois, devido
à alta permeabilidade das paredes do intestino.
Então aí já aparecem dois elementos que precisam ser
estudados. Qual o motivo da microbiota intestinal não cumprir o seu papel e,
além disso, por que as paredes do intestino do autista são permeáveis?
O que o trabalho de Colin Heberling, Prasad Dhurjati e Myron
Sasser, propõe é a existência de uma relação circular, no caso do autismo, que pode
esclarecer alguns pontos.
É a seguinte:
Segundo eles existe, no autista, um estresse oxidativo e
deficiências metabólicas do enxofre.
Tanto esse estresse como a deficiência, estão relacionados
às alterações na microbiota intestinal.
A microbiota alterada, por sua vez, fica com sua eficácia
reduzida no seu trabalho digestório, que é a trituração das proteínas que não
devem ir para a corrente sanguínea.
Esses pedaços não triturados ficam no intestino e
deterioram. Isso cria um ambiente propício para o surgimento de bactérias
patológicas, protozoários e parasitas diversos.
Essa infestação de vermes é encontrada em quase todos os
autistas, e isso aumenta ainda mais o estresse oxidativo, ficando ele em nível
muito elevado.
O que vemos, com isso é uma verdadeira “bola de neve”, um
mal alimentando o outro e, assim ambos se perpetuando no organismo autista.
Por isso que o tratamento de um único alvo acaba tendo efeito
de curta duração.
Os terapeutas prescrevem uma medicação, observam que fez
efeito, mas o efeito não perdura, houve apenas uma espécie de “camuflagem temporária”
para o sintoma.
A maior importância desse trabalho é exatamente o alerta que
precisamos para não nos enganarmos nos resultados de um só tratamento.
Após a leitura do trabalho “fica a dica” para que o
tratamento seja sempre combinado, levando em consideração, principalmente, que:
As toxinas bacterianas (essas provenientes das bactérias
patológicas), o estresse oxidativo, e os alimentos alergênicos, principalmente o
glúten, são elementos que aumentam a permeabilidade das paredes do intestino.
Temos insistido em que seja realizado um exame de intolerância
alimentar rigoroso para que sejam encontrados os demais alergênicos, como a
caseína (proteína do leite), a proteína da soja, os açúcares, os corantes e os
conservantes.
O mais confiável que eu conheço é o Great Plains Labs, nos
Estados Unidos, pertencente ao Dr William Shaw.
Mas o trabalho deixa bem claro que o glúten é o maior vilão.
As conclusões que chegamos após a releitura de mais esse
trabalho e a comparação com os que estudamos anteriormente, são:
Precisamos substituir o glúten da alimentação do autista,
para reduzir a permeabilidade intestinal, sob a orientação e acompanhamento de
médico pediatra nutrólogo e nutricionista.
Mas lembre que não é “tirar o glúten”, já que ele é
importante na alimentação, mas substituir por algum outro alimento que traga o
mesmo valor nutricional. Por isso essa substituição precisa do acompanhamento
de nutricionista.
Precisamos, também, combater as bactérias patológicas,
protozoários e parasitas diversos, e analisar e corrigir as deficiências metabólicas
de enxofre.
Esse combate deve ser acompanhado por médico
gastroenterologista pediatra.
Precisamos ter cuidado ao tratar, no autista, apenas uma
parte do problema. Os resultados que encontramos e que parecem ser definitivos,
são apenas temporários, já que as outras causas secundárias continuam
existindo.
Os comportamentos inadequados do autista, como agressividade,
inquietação, falta de sono, movimentos repetitivos e outros, são provocados
pela inflamação cerebral, ou seja, embora sejam sintomas semelhantes aos dos
doentes psiquiátricos, as causas são conhecidas e podem ser tratadas.
Não existe ainda cura para o autismo, mas o tratamento
dessas causas intermediários podem permitir, a eles, uma vida perfeitamente
normal, como qualquer pessoa neurotípica.
Aviso aos amigos que estão aguardando outras análises em
relação aos mais novos trabalhos científicos sobre o autismo, que já selecionamos
alguns e em breve publicaremos.
Alguma outra dúvida ou questionamento ou sugestão, mandem
parar nossos endereços.
Compartilhem, então com seus amigos e em seus grupos, para
que mais pessoas possam acompanhar nossos estudos e, assim, possamos todos,
juntos, salvar nossas crianças da exclusão social.
Forte abraço!
Referências:
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