Orientação Adolescente
“Não gosto de estudar!”
Ontem entrevistei um adolescente que me disse, com muita
clareza, que está sempre perdendo de ano porque, simplesmente, não gosta de
estudar.
Parece que ele se espantou quando eu, em resposta, lhe disse
que eu também não gosto! Que estudar realmente me parece ser uma coisa chata.
Mais espantado ainda foi quando eu lhe disse que eu nunca
estudei na vida e que, para completar, que eu também nunca trabalhei na vida!
Ele olhou para minha mesa e minha estante e não entendeu as
razões para ter tantos livros ao meu lado, caderno aberto, blocos com anotações
etc.
“O senhor está brincando?”
“Nada disso” – foi o que eu disse a ele.
E aí, continuei:
Apenas, desde muito cedo, eu descobri que estudar, por
estudar, era uma coisa muito chata e que parecia não levar a nada, mesmo com
todo mundo me dizendo que estudar é o que dá futuro e tudo o mais.
Isso acontece também quando a gente come por comer, ou porque
está com fome, e não pelo prazer de um momento de refeição.
E é verdade!
Foi aí que comecei a procurar sentido para a minha vida.
Percebi que a vida tem muito mais sentido quando
transformamos nossas atividades de cada dia em atividades de prazer.
Aí comecei a procurar algo que eu realmente gostasse muito e
descobri que desenhar uma planta de casa era uma atividade que eu me
encontrava!
Pedi a meu pai para me matricular em um curso por
correspondência de desenho arquitetônico (Instituto Monitor, na época muito
famoso) e fiz o curso e adorei.
Com isso, durante o curso, eu vi que precisava desenvolver
mais um pouco da matemática, principalmente trigonometria, mas como era
matemática para me ajudar naquilo que eu gostava, cada cálculo que eu aprendia
me trazia mais prazer em continuar desenhando as plantas das casas.
E assim veio, também, o prazer em entender os textos explicativos
dos desenhos, a correção na linguagem nas descrições que eu tinha que fazer, e o
português passou a ser uma parte desse mesmo prazer.
E aos poucos cada matéria que eu tinha na escola acabava se
encaixando em alguma parte desse meu prazer: desenhar plantas das casas.
E eu vi que eu já não estava estudando, mas sim tendo prazer
em aprender, complementando meu conhecimento, para poder curtir cada traço dos
meus desenhos e cada parte do planejamento daquelas casas.
Eu não estudava mais, como meus colegas, para fazer provas
nem para tirar notas. Eu procurava aprender os assuntos pelo prazer de poder
usar esse aprendizado no meu prazer.
Essa fase passou. Isso foi entre os 10 e 12 anos de idade. A
partir dos 13 anos meu interesse passou a ser para a construção de um barco de
verdade. O caminho foi o mesmo e as empolgações só aumentavam.
Com esse meu interesse pelos assuntos a serem aprendidos e
não com o estudo para provas e testes, eu acabava me saindo muito melhor que os
colegas nos resultados escolares, e ninguém entendia o porquê disso!
Era comum todos estarem “estudando” para uma prova e eu indo
para a praia, “curtir” o domingo.
No dia seguinte todos se desesperando para tirar nota boa na
prova e eu apenas indo fazer a prova, sem qualquer preocupação, sem estresse,
sem bloqueios e, melhor que tudo, com bons resultados.
Quando chegou a hora de escolher a profissão, aconteceu o
mesmo, ou seja, eu escolhi aquela que eu acreditava que me daria muito prazer.
Essa foi a melhor parte!
Muito colegas escolheram medicina porque médico ganha bem!
Alguns se arrependeram depois, por causa do estresse da profissão.
Muitos escolheram engenharia porque engenheiro ganha bem! A
mesma coisa aconteceu com alguns deles.
E assim por diante!
Eu analisei entre arquitetura e Marinha.
Escolhi entrar no Colégio Naval porque a minha paixão agora
era o mar (lembram do barco que eu construí?)
Então tudo o que era dado nos cursos da Marinha eram
“curtidos” por mim como complementos para o meu prazer, e assim foi durante
muitos anos, ou seja: Eu nunca acordei para ir para o trabalho!
Eu sempre acordei para ir para o meu prazer e que, por acaso,
outros costumavam chamar de trabalho...
Eu não relatei isso para convencer ao menino, nem a você, a
fazer o mesmo em relação à sua vida.
É apenas um relato real, de alguém que até hoje “curte” tudo
o que faz e que se sente muito feliz e realizado.
Muitos desafios apareceram nessa trajetória, é claro, e até
hoje surgem novos desafios a todo momento.
Mas quando o nosso foco é entender a vida e aproveitar cada
um de seus momentos, os desafios são facilmente superados e servem como
estímulo à busca de mais conhecimento o tempo todo.
Como essa busca está sempre aliada ao prazer, agindo assim
nós estaremos sempre construindo um alicerce fortíssimo para a nossa vida,
constituído das duas maiores bases de sustentação da felicidade, que são:
AMOR e CONHECIMENTO
Forte abraço, amigos!
Mas, só um momento!
Esqueci de dizer para vocês se inscreverem. Os que ainda não
fizeram isso, claro. E ativar o sininho para avisar sobre as novas postagens.
Agora sim, forte abraço e até breve!
Nenhum comentário:
Postar um comentário