sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Avaliação escolar e seus grandes equívocos



A avaliação escolar é um dos pontos mais mal-entendidos de todo o processo educacional e, por isso, acaba sendo o principal responsável pelo fracasso da aprendizagem no Brasil, além de ser o que mais contribui para a exclusão social.

Vamos começar analisando, a partir de seus resultados específicos, os seus objetivos verdadeiros, e não aqueles descritos na literatura.

Para isso vamos fazer uma análise prática de casos, com base na realidade, sintetizando nossos exemplos, em três realidades distintas:

Caso 1: Escola com avaliação tradicional, composta de testes, trabalhos e provas com datas marcadas e semana de prova ao final de cada unidade letiva.

Os alunos estudam nas vésperas das avaliações, conseguindo bons resultados por estarem com os assuntos gravados na memória de trabalho (temporária).

Alunos satisfeitos por terem obtido boas notas, mesmo sabendo que, dias após as provas, já não conseguiriam obter os mesmos resultados. Mas, como o que conta para sua aprovação é a nota, e não se o assunto foi realmente aprendido, o aluno se satisfaz com a nota e, na maioria das vezes, nem se preocupa com o que errou, jogando, inclusive, a prova fora.

Professores corrigem as provas e ficam satisfeitos com os resultados, mesmo sabendo que, se aplicarem as mesmas provas dois dias depois, os resultados não seriam os mesmos. O professor analisa apenas as notas obtidas pelos alunos e não, quais as questões que não foram aprendidas.

Pais satisfeitos com as notas dos filhos e acreditando que estão aprendendo alguma coisa. Só saberão que isso é mentira no momento de um concurso ou vestibular, já que terão que estudar tudo a partir do zero!

Conclusão do caso 1: ENGANAÇÃO COLETIVA - Todos se enganam com os resultados, que são apenas números, ou seja, as notas. O resultado real da aprendizagem é nenhum.

Caso 2: Escola comprometida com elevado índice de aprovação em vestibulares. 

Os alunos fazem provas tipo simulado todos os sábados, com questões de diversas matérias, tornando difícil o estudo apenas nas vésperas das provas.

Alunos estressados e ansiosos para obterem bons resultados, já que essas notas serão as que os aprovarão, ou não, no ano letivo.

Professores estressados necessitando melhorar nível de acertos nas provas, excluindo, pelas notas, os que não conseguirem acompanhar o nível da turma.

Pais angustiados com fracassos pontuais de seus filhos, contratando reforço para matérias com mais dificuldades, para que o filho acompanhe o nível de sua turma.

Conclusão do caso 2: ESCOLA QUE SELECIONA, CLASSIFICA E EXCLUI – Alunos com ambiente doméstico com estímulo ao estudo e à pesquisa conseguem se sair bem e ter bom nível de aprendizado. Alunos sem esse ambiente doméstico não conseguem acompanhar o nível da turma e são excluídos pelas notas ou pelo estresse.

Caso 3: Escola dedicada ao acompanhamento individual da aprendizagem.

Alunos fazem provas frequentes e de surpresa, sem a possibilidade de estudar nas vésperas.

Professores corrigem as provas e as entregam, de volta, para que os alunos, em casa, estudem as questões que não acertaram.

Professores exigem, dos alunos, a comprovação de que já aprenderam as questões não acertadas.

Alunos que não entenderam recebem novas explicações ou ajustes em seu nível de entendimento.

A preocupação do professor é com os assuntos que ainda não foram aprendidos pelos alunos e não pelas notas.

Conclusão do caso 3: ESCOLA QUE GARANTE A APRENDIZAGEM DE TODOS – Alunos aprendem todos os assuntos e estarão sempre preparados para a vida e a profissão, cada um dentro de seu nível intelectual e capacidade cognitiva.

Importante que não basta constatar que o tipo 3 é o mais correto. Precisamos analisar como aplicar a avaliação dessa forma, como realizar os registros numéricos de médias, nos sistemas de ensino que os exigem, e tudo o mais.

Nós, no IUPE, já aplicamos esse método e ele será ensinado nos nossos cursos de Metodologia Educacional Inclusiva, esse ano, sendo o primeiro em Salvador, dia 25 de janeiro, na nossa sede, cujas inscrições já estão abertas e o segundo em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, dias 16 e 17 de fevereiro, na Clínica Psicolúdico, também com inscrições já abertas.

Peço a todos os que tomarão parte desses nossos cursos que assistam todos os nossos vídeos e, se possível, analisem cada detalhe, para que o momento do curso seja o mais eficaz possível.

Lembro para quem não é inscrito, para que se inscreva, dê seu LIKE, ative o sininho e compartilhe com todos os seus amigos e em suas redes sociais.

Precisamos ter mais gente com a gente nesse trabalho de transformação social pela educação responsável.

Forte abraço!

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