Ensaio 2020-01-30 Síndrome amotivacional pode levar à
depressão?
A síndrome amotivacional pode levar à depressão?
Olá amigos,
Infelizmente a síndrome amotivacional pode levara a diversos
outros males, entre eles a depressão sim!
Ela não chega assim “do nada”.
Tenho encontrado muitos sinais de “elementos causa”, entre
os adolescentes que tenho acompanhado durante esses últimos vinte anos em nosso
colégio e nos colégios que apoiamos.
Precisamos, então, analisar as mais frequentes, tanto para
prevenir nossos amigos adolescentes, como para encontrar soluções individuais
para cada caso.
A carência afetiva, por exemplo, é a que mais tenho
encontrado, embora a origem dessa carência tenha variado bastante.
Uma delas é a ausência afetiva do pai e da mãe, principalmente
quando eles estão presentes fisicamente, mas ausentes emocionalmente.
O costume de se manter “full time” nas redes sociais é um
dos elementos que mais tem afastado pais de filhos e, logicamente, tem criado
um ambiente onde todos, embora juntos, se mantenham cada um em seu mundo
virtual particular.
Observando seus pais envolvidos nas amizades pelas redes, os
adolescentes, ainda com suas redes neurais em plena formação, começam a
imitá-los e, aos poucos, surgem sérios prejuízos no equilíbrio entre organismo
e mente, desestruturando todo o seu sistema emocional.
A sensação enganosa, pelo elevado número de curtidas, de
estar cercado por amigos, vai, aos poucos, criando uma sensação de vazio
interior, já que os relacionamentos são virtuais, faltando o calor humano, a
energia do abraço, o olhar nos olhos do outro.
Aqueles que, apesar de estarem mergulhados em seus celulares
na maior parte do dia, têm, em casa, momentos sem o equipamento, momentos esses
dedicados a conversas abertas com seus pais, quando podem trocar ideias sobre
os sentimentos e emoções pelos quais estão passando, dificilmente entrarão
nesses processos de carência afetiva e, naturalmente, estarão livres das
famosas crises amotivacionais.
Mas grande parte desses adolescentes não têm essa chance e,
por isso, o vazio vai aumentando e a busca por uma solução continua sendo
dentro das próprias redes sociais.
Aí está um caso em que, se houver orientação para essas
famílias, esse tipo de carência não acontecerá e, certamente, não haverá crise
alguma.
Vamos a parte prática desse “elemento causa” e a solução
específica. Em outra oportunidade vamos analisar outros elementos causa e as
outras possíveis soluções.
A orientação começa pelo Treinamento Parental, que todas as
escolas deveriam fazer, mostrando aos pais que as redes sociais, embora possam
ser de muita utilidade para o trabalho e também para o lazer, devem ter o seu
acesso limitado a alguns momentos do dia.
E que esse controle deve ser rigoroso, cada um controlando a
si mesmo, escolhendo momentos ideais, sem prejudicar as atividades e trabalhos
que precisam ser realizados.
No meu caso, por exemplo, as redes sociais são acessadas
após o café da manhã e em alguns outros espaços previamente programados para
isso na minha rotina de estudos, trabalhos e pesquisas.
O último momento de acesso é após o jantar e, a partir desse
momento, elas ficarão sozinhas, recebendo todas as mensagens, para que no dia
seguinte, após o café, eu tome conhecimento.
Óbvio que meus amigos adolescentes vivem dizendo que eu os
deixei “no vácuo”, mas, na realidade, eu nem estava ali. Quem os deixou no
vácuo foi o celular que, até hoje, não conseguiu me substituir na conversa
virtual com os amigos... respostas? Só no dia seguinte!
A partir dessa organização do tempo, devemos planejar os
demais trabalhos e atividades, para permitir sentirmos, ao final do dia, a
sensação de que estamos realmente sendo produtivos, tanto para nós, como para
nosso trabalho, para nossa família e até, quem sabe, para a sociedade.
Estando os pais convencidos disso e tendo eles iniciado essa
prática, isso servirá de exemplo para seus filhos.
Logicamente, em vez de esperar que o exemplo dê resultado
por si só, é sempre bom orientar os pais nas formas ideais de convencimento de
seus filhos, atitude que passa pela imposição de limites com afeto.
E para o adolescente que, por causa disso, está desanimado,
desmotivado, triste, angustiado e tudo o mais?
Antes mesmo se esperar que seus pais mudem seu
comportamento, vamos iniciar um novo planejamento de sua rotina diária.
Escreva com sinceridade, como é a sua rotina, ou seja, o que
você faz do acordara ao ir dormir, para permitir a análise.
Só na leitura do que você escreveu, já vai dar para perceber
que a única satisfação que você tem é a de ter maior pontuação nos jogos e
aumentar o número de curtidas em suas postagens.
Você se tornou um escravo das redes sociais ou dos jogos
eletrônicos.
Não há satisfação por nada mais que não seja virtual!
Por isso a sua satisfação é virtual e, portanto, volátil!
Ela se vai com o vento, mesmo que não esteja ventando!
Você precisa transformar cada momento seu em momento de
prazer, iniciando pelo acordar!
Não saia da cama “por sair”, mas se estique, se espreguice
bastante e, para completar, procure sentir todo o seu corpo pelo processo
vibracional que eu tanto comento em alguns de meus vídeos, principalmente no
“Reflexões sobre o sentido da vida”.
Depois vá planejando transformar cada obrigação sua em
momento de prazer. Algumas delas são muito fáceis, como colocar um tempero
diferente em um dos pratos nas refeições. Outras são um pouco mais difíceis,
mas a criatividade deve ser estimulada para isso.
E faça isso o dia todo, para que suas obrigações sejam,
agora seus prazeres.
E em casa, procure convencer seus pais a encontrarem
momentos para todos vocês estarem juntos
de verdade, ou seja, sem celular, sem computados, sem TV, para conversas livres
a abertas, onde você vai começar a tentar “descarregar” ou “extravasar” seus
sentimentos e emoções que estão guardados aí dentro e que só fazem aumentar as carências,
desânimos e tudo o mais.
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