Ensaio – 2020-01-02 – Como entender e enfrentar os desafios
da educação em nosso país – parte 1 – ponto de entendimento
Olá amigos!
Todos sabemos que, há mais de vinte anos, somos o pior país
do mundo em aprendizagem.
Triste isso, mas, infelizmente, essa é a nossa verdade.
Mas não adianta tentarmos encontrar culpados! Temos que
analisar os motivos e fazer, de tudo, para consertar os erros.
Com base em: nossos registros e estudos realizados ao longo
dos vinte anos do IUPE; no desenvolvimento de metodologias experimentais em
sala de aula; e na aplicação de diferentes práticas pedagógicas; vamos apresentar
a vocês, a partir de hoje, o que conseguimos detectar e desenvolver, para tentar
mudar essa realidade.
Hoje vamos ver o primeiro aspecto, que é o “Ponto de Entendimento”
Os conteúdos e currículos escolares partem do princípio de
que todos os alunos com 12 anos de idade estão aptos a entender de números
fracionários, a aprender a realizar operações com números racionais e a começar
a resolver equações do primeiro grau.
Isso significa que serão excluídos do processo de
aprendizagem todos aqueles que ainda precisarem aprender as operações básicas anteriores,
já que isso, pelo cronograma oficial, faz parte do currículo do ano anterior,
ou até de dois anos antes.
Assim, esses alunos começam a ter muita dificuldade de
entendimento, não evoluem, “são passados” pelos processos esdrúxulos de “recuperação”
e, quando, mais tarde, vierem a precisar desse conhecimento, demonstrarão
exatamente o que vem sendo demonstrado pelos exames internacionais de
conhecimento, que é o que mantém nosso país em último lugar.
Esse é um erro de princípios, já que se partiu da ideia de
que todos estão no mesmo nível em todas as matérias, o que pode ser considerado
uma monumental falácia!
Precisamos, então, identificar qual o PONTO DE ENTENDIMENTO
de cada aluno, em cada uma das matérias, para permitir que o professor saiba a
partir de qual ponto esse aluno precisa ser ensinado.
Desde o século XVII Comenius, em sua Didática Magna, já
alertava para isso, em sua frase:
“Age idiotamente aquele que quer ensinar ao aluno, não o que
ele pode aprender, mas sim o que ele próprio deseja”
Então, para sabermos a realidade REAL de uma turma,
precisamos realizar avaliações diagnósticas iniciais, envolvendo questões de
todos os níveis, para que o PONTO DE ENTENDIMENTO de cada aluno seja
estabelecido.
A partir da análise dessas avaliações o professor tem
algumas opções:
Opção 1: Prepara suas aulas no nível padrão daquele ano escolar e exclui
os que não conseguirem acompanhar as explicações, por meio das provas e testes;
Opção 2: Alerta os pais dos que estão fora do nível, para que
coloquem seus filhos em reforço escolar, até que consigam acompanhar o nível da
turma;
Opção 3: Planejar as suas aulas, adaptando seus conteúdos aos
diferentes níveis de seus alunos, para que todos sempre aprendam alguma coisa,
a partir do ponto que sabem e, assim, evoluam no conhecimento de sua matéria;
As opções 1 e 2 são as que estão sendo mais utilizadas e,
por isso, temos tanta exclusão escolar e tantos resultados negativos nas
diferentes formações profissionais.
A opção 3, que é a única correta, tem sido combatida por
dezenas de profissionais, por não saberem como dar aula em uma turma, com
alunos em diferentes níveis de entendimento, sem prejudicar ninguém.
Imaginem que estamos analisando apenas o primeiro desafio da
educação em sala de aula, que é a grande diferença em níveis de entendimento,
entre os alunos de um mesmo ano escolar!
Para esse desafio a solução encontrada é a mudança de
metodologia da aula em si.
A aula tradicional mantém os alunos em fileiras e em
processo passivo de aprendizagem, que significa o professor dá a aula
expositiva e o aluno ouve, anota, tira as dúvidas e realiza as atividades,
deveres para casa, trabalhos e provas.
Nesse tipo de aula o professor só pode dar suas explicações
em um nível de entendimento e, portanto, só absorverão a explicação, aqueles
que estiverem naquele nível e, mesmo assim, se não estiverem dormindo.
Para essa aula alcançar o efeito desejado, que é o de todos
os alunos aprenderem todos os dias a partir do seu ponto de entendimento, a
metodologia precisa ser adaptada, de forma que atenda às seguintes
necessidades:
Todos os alunos aprendem todos os dias, em todas as aulas, a
partir de seu ponto de entendimento;
Todos os alunos são estimulados, em todas as aulas, a
desenvolverem a sua autonomia no estudo, visando a sua futura autonomia no
trabalho;
O item (1) constrói o conhecimento de todos dentro de seus
respectivos níveis.
O item (2) transforma os alunos em protagonistas da sua
própria aprendizagem, visando sua evolução social.
Sugiro a quem não tenha uma metodologia que atenda a essas
necessidades, que estude e analise a nossa Metodologia de Dinâmica Grupal, que
está disponível tanto em nossos vídeos aqui no nosso canal, como no nosso livro
“Estudos sobre Educação: Inclusão Responsável”.
Teremos, também, no dia 25 de janeiro próximo, um curso de
10 horas/aulas sobre esse assunto, na nossa sede em Salvador.
Enviem suas dúvidas e questionamentos, para que possamos responder
nas nossas próximas postagens.
Um forte abraço e muito sucesso para todos vocês.
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