Comunicação e
pensamento
O ato de se comunicar, durante uma aula, é um dos mais
importantes em todo o processo educacional.
E a comunicação necessita do retorno, que é o ato de ser
entendido!
Então não basta sermos um excelente orador. Precisamos
alcançar cada elemento de nosso público, e ter certeza de que todos entenderam
o que você está transmitindo!
Bem diferente de uma palestra ou conferência, a aula precisa
que cada um dos alunos esteja realmente entendendo tudo aquilo que ele pode
entender, do que está sendo ensinado.
Olhem o que eu disse: “Tudo o que ele pode entender”
Então já começa aí uma grande diferença entre uma aula
tradicional e uma aula responsável e que, por ser responsável, tem que garantir
a aprendizagem de todos!
Vamos que na nossa sala de aula não haja alunos com
deficiências e que, por causa disso, a aula pode ser expositiva.
A preparação do assunto a ser falado, além de ter que ser de
total conhecimento do docente, precisa que o docente esteja “ligado
emocionalmente ou entusiasticamente” ao tema, porque assim ele transmitirá o
conteúdo, não só por meio das palavras, mas também pelas ondas de seu
pensamento.
Esse “ligado emocionalmente ou entusiasticamente” ao tema
necessita de estudo constante dos assuntos que serão ministrados!
Esse é um ponto básico que precisa ser refletido por todos! Aulas
repetitivas acabam sendo esgotantes para o docente, fazendo ele entrar num
processo de automatismo acomodado que destrói o prazer de compartilhar o que
sabe.
Vamos ver como funciona:
Nosso pensamento está o tempo todo transmitindo ondas
eletromagnéticas, e isso pode ser entendido por meio dos estudos de
neurociência, na parte do processo sináptico conjunto dos neurônios de uma
mesma rede neural.
Ondas que são transmitidas são ondas que são recebidas. Se o
professor as transmite, o aluno as recebe, a menos que não estejam na mesma
sintonia.
Óbvio que essa sintonia não é perfeita, exceto para os
telepatas.
Mas o que o professor está falando, se estiver em sintonia
como que ele está pensando ou sentindo, será muito mais bem entendido pelos
alunos. Não haverá discrepância entre fala, sentimento e pensamento.
Se, ao contrário, ele não está muito bem empolgado com o que
está dizendo, haverá uma confusão no entendimento por parte do aluno.
Então o que ensinamos só será bem compreendido se estiver de
acordo com o que sentimos, já que nosso pensamento transmite o que sentimos e
não o que falamos.
Então o ato de se comunicar (e de ser entendido) não se
restringe ao entendimento das palavras e das frases, mas passa também pela
captação das ondas do pensamento dos interlocutores, o que podemos chamar
também, da energia do interlocutor!
Dissemos isso desde a primeira edição desse nosso livro, não
como “chute”, mas sim depois de muitas experiências com paralíticos cerebrais
mudos!
Aqueles encontros foram, para nós, uma grande oportunidade
de aprendizagem.
E como podemos fazer para que isso funcione?
Precisamos estudar sempre o assunto a ser ministrado, mesmo
que essa mesma aula já tenha sido dada várias vezes. Afinal, sempre há algo de
novo que pode ser inserido no contexto.
E precisamos estar bem emocionalmente.
E, por isso que, antes mesmo de estudar e aplicar qualquer
tipo de metodologia educacional, precisamos refletir, de forma muito séria,
sobre o nosso próprio dia-a-dia e observar se estamos realmente investindo cada
minuto de nosso precioso tempo de vida na construção integral de um
relacionamento emocional o mais perfeito possível entre:
Nossa mente e nós mesmos;
Nós e nossa família;
Nós e nossos amigos;
Nós e nossos parentes, colegas, chefes, empregados,
vizinhos, desconhecidos, enfim, com todas as pessoas, animais e coisas ao nosso
redor, o mundo e o próprio universo.
Esse cuidado é fundamental, para não nos tornarmos simples
robôs, passando pelos dias sem sequer perceber que estamos vivos.
Lembram-se do filme “Tempos Modernos[i]”
de Chaplin? Pois é. Não queremos nos tornar aquele operário.
Aquela insensibilidade nos tornaria, a cada dia, mais
intransigentes para com o mundo e para com os outros, trazendo irritabilidade,
desânimo e tudo o mais.
Essa relação mecânica ser humano-trabalho pode até funcionar
em uma indústria, mas nós vemos, claramente, que para uma relação entre
professor e aluno, isso impedirá qualquer tipo de empatia, transformando a aula
em um sacrifício para ambos, professor e alunos.
Então, revendo o que dissemos hoje:
Além de reservar um tempo na agenda só para estudos,
precisamos construir nosso relacionamento emocional entre:
Nossa mente e nós mesmos;
Nós e nossa família;
Nós e nossos amigos;
Nós e o mundo à nossa volta!
E assim ter a capacidade de montar, para cada aula, um plano
de aula real e um virtual.
O real com o assunto, a metodologia, a criatividade no
planejamento etc.
O virtual com a empolgação pelo tema e a consequente
integração texto – fala – pensamento – sentimento.
[i]
Tempos Modernos (filme em DVD): preocupados com o aumento da produtividade
visando mais lucro, os dirigentes da fábrica resolvem reduzir o tempo gasto
pelos empregados em atividades que não sejam as industriais, eliminando o
relacionamento afetivo e determinando o fim dos sentimentos. Operários são
transformados em simples peças da engrenagem industrial.
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