Ensaio – 10-01-2020 – Vacinar ou não a criança antes de
completar um ano?
Amigos:
Precisamos tomar muito cuidado com o que se publica nas
redes sociais.
O ideal é, se o assunto é de seu interesse, procure
verificar as referências, pesquise com cuidado, ou seja: estude o assunto antes
de acreditar e, mais importante ainda, antes de compartilhar com seus amigos.
Nessas últimas semanas tem sido divulgado pelas redes
sociais um texto, relacionando o alto índice de mortalidade infantil nos
Estados Unidos (maior que todos os demais países do 1º mundo), à
obrigatoriedade de vacinar as crianças antes de completarem 1 ano de idade.
No texto apresentam pessoas que, segundo eles, estariam
ligadas aos serviços de saúde americano, e que diziam que a vacina nessa idade
é mais para “treinar” os pais, já que não tem efeito positivo algum para as
crianças e que, muito pelo contrário, elas ficariam sujeitas aos efeitos colaterais.
Muito perigosa uma declaração dessas e, ao mesmo tempo,
muito fácil de fazer a relação, pois se nos EUA todas as crianças abaixo de um
ano são, obrigatoriamente, vacinadas, todas as mortes, mesmo que tenham sido
por atropelamento, afogamentos etc., foram de crianças que tomaram as vacinas.
Por que as vacinas?
Todas elas são desenvolvidas, é claro, para evitar doenças
conhecidas e que, muitas delas, foram responsáveis pela morte de milhares de
pessoas em todo o mundo.
Então elas são imprescindíveis para manter a população
mundial com o mínimo de segurança contra o retorno dessas epidemias.
Há risco?
Sempre há algum risco em qualquer medicamento, e esses
riscos são analisados para se decidir entre aplicar ou não a vacina.
Algumas delas não devem ser aplicadas a menores ou a idosos,
cujos sistemas imunológicos possam não estar preparado para evitar os efeitos
colaterais.
Mas isso tem sido avisado em todas as campanhas de vacinação
em nosso país.
Mas vamos à prática! Dou ou não a vacina em meu filho?
Se a criança nasceu de parto normal e foi alimentado até os
seis meses exclusivamente pelo leite materno, normalmente ela tem o sistema
imunológico muito bem desenvolvido e pode seguir, sem problemas, o calendário
de vacinação.
Se isso não ocorreu, é sempre bom analisar se a criança
esteve, recentemente, com algum tipo de infecção respiratória, ou coisa
parecida, e teve que tomar antibióticos orais.
Se tomou, é bom lembrar que esses antibióticos matam grande
parte das bactérias da microbiota intestinal, que é a nossa proteção durante a
digestão dos alimentos.
Nesse caso é bom analisar com o pediatra e com o
nutricionista, se já houve tempo suficiente para que a microbiota (ou flora
intestinal) tenha se recuperado. Se sim, significa que o sistema imunológico já
voltou ao normal.
Em alguns casos são prescritos probióticos para que a
recuperação seja mais rápida.
Se a criança tem algum tipo de transtorno, síndrome ou
comorbidade, é importante sempre consultar o médico dela, antes de atender a
qualquer dessas campanhas, já que o autista e o TDAH, por exemplo, assim como
outras comorbidades, podem ter algum tipo de intolerância a alguma substância presente
na composição da vacina.
Farmacêuticos são os profissionais com maior conhecimento nas
composições das vacinas e, por isso, são os primeiros que devem ser
consultados, ou pelos pais, ou até pelos médicos, antes de vacinar seu filho.
De qualquer forma, todas as vezes em que divulgarem coisas
desse tipo, lembre que todo e qualquer medicamento traz algum tipo de risco à
saúde, devido aos seus efeitos colaterais.
Até o simples AAS, usado frequentemente por quem tem pressão
alta, por exemplo, pode provocar problemas de visão.
Por isso que só devemos consumir qualquer tipo de droga se
for realmente necessária à nossa saúde e após a devida prescrição médica.
E, para que saibamos como está a recomendação atual das
vacinas até um ano de idade, veja nessa tabela:
Idade
|
Vacina
|
Ao
nascer
|
BCG +
VHB
|
1 mês
|
VHB
|
2 meses
|
DPT-Hib
+ SABIN + ROTA
|
4 meses
|
DPT-Hib
+ SABIN + ROTA
|
6 meses
|
DPT-Hib
+ SABIN + VHB
|
9 meses
|
FA
|
12
meses
|
Tríplice
Viral
|
A Sociedade Brasileira de Pediatria, entretanto, recomenda
mais algumas, como por exemplo:
- Influenza para crianças com idade entre 6 e 24 meses;
- Pneumococo para crianças com idade entre 2 e 60 meses.
Mas o ideal, como sempre, é seguir a recomendação de um
pediatra.
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